Meu Encontro Com Carlos Drumond De Andrade

Eric do Vale

Poderia, neste texto, fazer vários comentários sobre Carlos Drumond de Andrade, como, por exemplo, dizer que a sua produção textual não se restringe somente à poesia. Entretanto, deixo isso a cargo de um estudioso da obra dele.

A minha admiração por ele teve origem ainda na minha infância, conforme, uma vez, relatei em uma crônica. Nunca escondi isso e, sem desmerecer os demais escritores, eu o tenho como referência em meus escritos.

Quando estive no Rio de Janeiro, anos atrás, a primeira coisa que desejei foi ir até Copacabana para contemplar aquela emblemática estátua dele. Assim, o fiz.

Tirei várias fotos com o poeta, inclusive uma em que simulava estar conversando com ele. Compartilhei essa foto em uma rede social com a seguinte legenda: "Trocando ideias com o poeta".

Alguém que conheço, quando viu essa postagem, comentou: "Só você mesmo para conversar com uma estátua! ". No que depender de mim, ainda haverão outras oportunidades em que me encontrarei com o poeta a fim de que muitas ideias possam vir a serem trocadas. Loucura?

Confesso que adoraria entrar em contato com o Drumond de carne e osso, mas sei que tal desejo está fora de cogitação. Mesmo assim, nada me impede de regressar à Copacabana e sentar naquele banco de concreto para "conversar" com o poeta e, quem sabe, obter um pouco mais de inspiração .

E não apenas isso: seria interessante imaginar como Carlos Drumond de Andrade, depois de morto, agiria passando a eternidade sentado naquele banco de Copacabana, feito estátua, observando e dialogando

com os transeuntes que passam, todos os dias, por ali. Os kardecistas que me perdoem a piada.