Eu, NEWTON E O RISCO NA SOBRANCELHA

De vez em quando paro e tenho certeza que sou uma mulher antiquada. É o tempo fez seus estragos.

Depois dos “enta”, a gente indiscutivelmente aprecia outras coisas. Mas o engraçado que são as mesmas que você apreciava na juventude.

Por exemplo, hoje ainda vejo charme nas sobrancelhas grossas à lá anos 80 e sua simetria um tanto quanto desalinhada. Esta nova moda atual remete-me a algo que precisa estar muito certinho, do contrário não é bonito.

O irregular tem seu charme e sua originalidade. E esta mensagem estética atual aborda os procedimentos estéticos, como a famosa harmonização facial, as mudanças no corpo, e etc. e tal, nos informando que o simétrico é que é bonito. Mas sou fã do controverso.

Ainda prefiro os jeans corte reto, embora recentemente tenha navegado na calça flare (a antiga boca de sino dos anos 70 e da minha adolescência).

Ainda prefiro homens com cabelos estilo rock n’ rol, e nada contra a moda dos engomadinhos atuais...

E falando em homens, ainda admiro um estilo despojado, ao invés daquele com tudo certo no lugar, o cabelo, a roupa, o risco na sobrancelha, que até foi moda nos anos 80, mas hoje tem um significado diferente, como poder, ou até ostentação.

É um paradoxo. Gosto do despojado, mas sem ser afetado. E fico observando tudo como um ET de um tempo que o era belo, tornou-se o obsoleto.

Mas aí penso, não, a moda volta, tudo gira em círculo, como no experimento do disco de Newton, ou seja, todas as cores girando conseguimos enxergar uma única cor, ou seja, a branca.

Então a moda, os conceitos, as artes, tudo gira e neste giro vemos indiscutivelmente algo novo e único, ou seja, a nossa escolha, ou prefiro pensar, a nossa individualidade.

Angela Gasparetto
Enviado por Angela Gasparetto em 14/04/2021
Reeditado em 14/04/2021
Código do texto: T7231849
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