A NOVA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO SERVE TAMBÉM PARA CICLISTAS E PEDESTRES?

“A ignorância é a maior enfermidade do gênero humano”

(Cícero)

Brasil, abril de 2021, período em que entra em vigor um novo Código de Trânsito. E a pergunta qu’eu faço é: A nova Legislação foi feita somente para “veículos motorizados”, como por exemplo, carros, ônibus, motos, ou também serve para ciclistas e pedestres?

Pois então! Hoje pela manhã, sem qu’eu quisesse, não é q'eu me tornei um herói? Sim, fui um herói anônimo no cruzamento entre duas ruas na cidade onde eu moro. E por quê? Simplesmente porque eu salvei uma vida. Porém, como a maioria dos heróis, recebi como pagamento uma expressiva ingratidão por parte da vítima

Serei breve:

Como disse, acordei cedo, realizando todo o meu ritual de cada dia: Levantei-me da cama, escovei os dentes, fiz minha barba, em seguida o desjejum, tirei o carro da garagem, dirigindo-me finalmente ao meu destino. Tudo corria bem, sem nenhum problema, mantendo-me na devida direção de meu trajeto, até que, de repente, eis que veio um ciclista pela contramão "em pleno cruzamento", onde o seu veículo não se fazia tanto visível, ao que tive que executar uma brusca freada em cima do então elemento. Não houve acidente, contudo, a adrenalina subiu na hora, no qu’eu não pude me conter e disse-lhe em alto tom: - “Você está na contramão!” E não é que aquele miserável ignorante revidou e gritando com uma cara do cão respondeu-me: - “É problema seu!”. Definitivamente aquele episódio me “tirou do sério”.

Pois é! É problema a que seria meu mesmo, eu sei, no que, caso eu passasse por cima daquele idiota, eu teria que mudar todos os planos, pelo menos naquela manhã, onde precisaria chamar o atendimento do socorro, o SAMU, ou os bombeiros, a própria polícia, a fim de registrar o B.O., onde iria roubar o meu tempo, no que já teria ido embora toda a minha paz e também os meus projetos deste dia.

Mas, vou ser sincero no que agora direi, e, deste modo, não serei hipócrita: não é que eu faria tudo aquilo por motivo de altruísmo ou compaixão para com aquele indivíduo, e sim por que “era o que deveria ser feito”, caso acontecesse o pior, que, graças a Deus não houve.

“É problema seu!” Bom, e assim fiquei ruminando aquelas indelicadas palavras daquela hora quando, na verdade eu pensei, deveriam ter sido outras, como por exemplo: “- Desculpe-me, foi mal!” Todavia, não foram estas as palavras.

E assim, eis qu’eu me tornei um herói, embora a contragosto, nesta manhã. E, diante daquele show de ignorância por parte do infeliz ciclista, eis que me vieram à memória as luminosas palavras do grande apóstolo São Paulo: “Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos que são fracos, e não buscar a nossa própria satisfação’ (Romanos 15:1)”. Ah! Falar... é tão fácil...!

Mas, destrinchando o que o apóstolo disse, seria mais ou menos assim: “Nós, que somos mais inteligentes, devemos tolerar a ignorância e estupidez dos idiotas que veem ao nosso encontro, e não em dar um murro na cara deles quando então seria a nossa vontade!” Ou seja, como diria Freud: Seria dar vazão ao "princípio do prazer", contrapondo ao "princípio da ética ou da realidade".

Bem, se eu fui um herói, não creio só apenas porque salvei a vida de um ciclista o qual quase o atropelei (o qual parece que não entendia nada de regras trânsito). Não, não digo que fui um herói por causa disto. Fui um herói pelo qu’eu não o persegui nem saí do meu carro para enchê-lo de pancadas (conforme fazem tantos, levados pela fúria do momento). Mas, que não é fácil, ah, não é mesmo!

E novamente pergunto:

A nova Legislação foi feita somente para “veículos motorizados”, como por exemplo, carros, ônibus, motos, ou também serve para ciclistas e pedestres?

PS: Em se tratando sobretudo de CRUZAMENTO, o mais sensato que o ciclista deve fazer é "PARAR" e não em atravessá-lo (para a sua própria segurança). Caso ele venha a trafegar pela contramão na intenção de que assim esteja "visível" por veículos mais pesados, que então o faça SOMENTE em trajetos onde sua visualização seja percebida, porém nunca em cruzamentos, sobretudo estes quando possuírem "SEMÁFOROS", e, quando possível, utilizando a faixa específica para eles. Caso não houver a devida faixa, aproximando-se do cruzamento, reduza a velocidade e preste atenção, onde, conforme eu disse, será para a sua própria segurança. E sempre lembrando, jamais trafegando no meio do trajeto.

Hoje, infelizmente existem bicicletas motorizadas que se confundem com motos, sobretudo no quesito velocidade. Tentem imaginar a cena d'ma dessas "bicicletas-motos" andando na contramão de sua cidade, ou então, a fazer o que foi feito comigo, atravessando na contramão um cruzamento. Então, imaginem uma bicicleta desse modelo (ou mesmo comum) trafegando em contramão em qualquer centro das grandes metrópoles.

E aí algum ignorante irá agora me dizer que os ciclistas assim transitam para que vejam os veículos à sua frente?! Ah! tenha a paciência! Que elas trafeguem, sim, porém à direita da via (próxima ao acostamento), e, usando sempre os equipamentos de segurança, como por exemplo sinais luminosos (pisca-pisca), e, principalmente, espelho.

O ocorrido de hoje se deu num cruzamento, o qual ele - o ciclista - trafegava na contramão (como a se crer o "dono da rua") vindo pela minha "esquerda", numa rua de sentido único, onde por pouco eu o atropelava.

Pois então, fica difícil o trânsito fluir em segurança quando muitos pensam que vale a pena por em risco a própria vida e complicar a vida dos outros. Não vamos fazer do tráfego urbano deste país como se faz na Índia. Tentem imaginar a cidade de São Paulo se tornando uma "Nova Deli", ou o centro do Rio de Janeiro transfigurado em uma caótica "Bombaim". Na Índia pode até "dar certo", porém, aqui no Brasil, de forma alguma, não. A não ser que os infratores - principalmente os pedestres e ciclistas - não se importem em terminar os seus dias deitados num leito de hospital ou mesmo num caixão.

Que devem ser respeitados os considerados mais fracos, visando a sua proteção, isto eu sei, no entanto todos devem lembrar que existem "regras urbanas", sendo que elas se aplicam a todos.

O TRÂNSITO é algo onde todos devem fazer a sua devida parte - motoristas, pedestres, ciclistas, motociclistas - e não jogar a responsabilidade só nas costas do outro. E que todos respeitem, principalmente, as placas de PARADA OBRIGATÓRIA e os SINAIS VERMELHOS (sejam motoristas, motociclistas, ciclistas e também pedestres). E quanto aos carros e motos nas ruas e avenidas, que estes também respeitem as FAIXAS DE PEDESTRE, bem como a placa (quando houver) de "DÊ A PREFERÊNCIA".

Nota: Eu também sou ciclista, mas trafego respeitando as leis de trânsito e visando, sobretudo, a minha própria segurança. Não ando de qualquer jeito, em que venha a por em risco a minha própria vida. Que me desculpe quem não entendeu o meu texto.

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16 de Abril de 2021

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 16/04/2021
Reeditado em 17/04/2021
Código do texto: T7233299
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