Ai que saudade das minhas avós – Mariana e D. Eliza.

Ai que saudade das minhas avós – Mariana e D. Eliza.

Meus netos – Antônio (leitão), Joaquim (Joca) e Maria Beatriz (Inha), valorizem quem se preocupa com vocês, quem faz de tudo para te ver ou falar coceis.

Quem te liga antes de dormir ou manda uma sms. Quem te procura ou estava esperando que oceis chegassem.

Quem te dá carinho sem pedir, que te abraçam forte antes de te ver irem embora. Quem implica coceis, mas sabe pedir desculpa depois. Valorizem quem te quer por perto.

Os netos (oceis) são como as águias, ensinaremos a voar mas não voarão o teu voo. Ensinaremos a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinaremos a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos dos avós.

Os avós são as flores em cada Primavera. São o mel nas palavras. São a certeza da mão estendida.

Os avós são a canção mais bonita. São a história mais perfeita. São a luz nos dias cinzentos. São o colo em cada despedida. São a manhã em cada amanhecer.

Os avós são a estrada feita de areia fina. São o sorriso em cada regresso. São a lareira que nunca se apaga.

Os avós são o arco-íris que os fazem sorrir. São aquelas desejadas gotas de esperança. São a certeza de que serão para sempre aquelas lindas crianças.

Tantos desejos no coração. Mas o que a gente deseja mesmo é que a vida seja boa.

Que nos contemple com mais horas de risos. Com mais gente acrescentando que ferindo.

Que haja mais momentos de amor. E que os pesos não sejam em excessos.

Que haja leveza em cada dia!!

Pois era assim que minhas avós Elisa e Mariana me fazem lembrá-las.

Sinto saudades como se criança ainda fosse necessitando daqueles afagos e das correções, das estórias na beira do fogão a lenha, dos causos de lobisomem; das mulas sem cabeças, do Pedro Malazart. Da pipoca arrebentando na panela, da batata doce assando na brasa, e do fumegante cafezinho. Saudade do cochão de ‘paia’ com alguns sabugos; da canção da chuva no telhado. Saudade do galo matreiro acordando todos, do cacarejar das galinhas nervosas, do leite tirado no barrento curral. Do cuscuz feito com amor. Da correção sem mágoa. Do banho na bacia. Só saudade.

Uma das lembranças que me marcou na infância foi o sabor do cuscuz da minha Avó. Até hoje não comi outro igual. Ela fazia com tanto carinho e gosto.

No fubá colocava um pouco de água, uma pitada de sal, dava uma mexida com as mãos e deixava de molho, uns 15 minutos eu acho. Depois colocada na tampa da panela e enrolava com pano de prato.

Em seguida levava para o fogo prá cozinhar no bafo. Enquanto esperávamos sentados no tamborete sentíamos o cheiro. Quando ela colocava na mesa. Passávamos um pouco de manteiga que escorregava sobre aquele bolo amarelo.

Caíamos de boca sem deixar nada de resto. Deliciávamos. Aquilo que era sabor! Era uma receita simples, só tinha 4 ingredientes. O principal tenho certeza, que era o "amor". Era tão gostoso! Se um dia eu encontrar ela. Direi assim: "Vovó faz aquele cuscuz de novo.”

Ai que saudade de tudo.

12/12/20

1000ton

Milton Furquim
Enviado por Milton Furquim em 23/04/2021
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