(Sem) Refresco

Por segundos eu pensei que minha falecida tia estaria em sua casa. Com seu companheiro e sua filha. E a gente passaria lá para "dar um alô".

Ela se foi já faz quase oito anos. Seu companheiro, quase vinte. E aquela época ocupa um quadro na memória. De quando eu era bem mais jovem e tinha uns sonhos enormes. Às vezes eu ia pela tarde à casa dela. Ali cresceram ela, minha mãe e seu irmão, Miguel. Ali uma parte de minha história foi escrita (ué, bem como a de todos nós).

Olha, Sérgio Porto, a casa ainda existe. Mas aquele jovem só aparece de vez em quando, sabe? Me procurando para alguns minutos de conversa. Ele sempre quer dizer alguma coisa, mas algo parece impedi-lo de dizer. Eu preciso descobrir o que é. Às vezes eu me sinto como se estivesse tão perto de saber o que é que ele iria dizer, mas...