A pressa

A pressa

Certa vez, um homem de meia-idade, bem letrado e com uma família maravilhosa, esposa e três filhos, se deparou com o inusitado.

Eram pouco mais de duas horas da manhã de uma bela sexta-feira e, esse homem, como fazia todos os dias nesse mesmo horário, estava no seu carro indo para o trabalho – ele era Médico e esse era o horário de entrada no seu plantão.

Em determinado trecho da estrada, há poucos quilômetros de sua casa, avistou um acidente de trânsito, nada muito grave. Como já havia várias pessoas prestando socorro às vítimas, ele, mesmo sendo solicitado, no entanto, talvez por estar atrasado, nada fez, seguiu para o trabalho.

Minutos depois já no hospital, ele recebeu – de outro amigo Médico – uma notícia um tanto quanto arrasadora. A sua filha havia entrado para a terrível estatística: era mais uma vítima fatal de acidente de trânsito.

– Estou triste, pois a sua filha, disse-lhe o amigo, se tivesse recebido atendimento médico há cinco minutos, ainda poderia estar viva.

Quando ficou sabendo que ele teve em suas mãos de médico, a chance de poder salvá-la, entrou em estado de choque. E, pasmem, jamais ele voltou ao seu estado normal. Abandonou a carreira, a mulher, e os dois filhos. A sua pressa era tão medonha que nem o carro da própria filha ele foi capaz de reconhecer...

(by Edilmar Lima)

Edilmar Lima
Enviado por Edilmar Lima em 16/11/2005
Reeditado em 22/07/2006
Código do texto: T72438