Ao cair da noite

Compra vários pacotes de chiclete ou bala que refresque o hálito.

Combina a carona, o horário, o local.

Escolhe aquela roupa bonita, mas principalmente confortável.

Ansiedade gostosinha, passa o dia inteiro esperando a noite cair.

Ao chegar já se percebe o movimento. Vai entrando no clima.

Dança a primeira, pra aquecer. O corpo se solta, a mente relaxa, a pulsação acelera, aquele calor familiar que vai se espalhando. A casa vai ficando cheia.

Já começou a suar, já mascou uns 4 chicletes, encontrou vários amigos. A roupa começando a pregar na pele. Se foi esperto, levou uma blusa a mais para se trocar. A pista cheia, a energia fluindo, o transe é quase que palpável.

Meditação ativa, atenção plena - no seu corpo, na conexão com o parceiro, na música.

Começa a tocar aquela que você adora, as pernas já estão cansadas mas nem se percebe direito, em meio a empolgação. Aceita um convite pra mais uma.

Rola aquela conexão incrível com a outra pessoa e, de repente, estão em uma "bolha mágica" onde só existem vocês, a música, o movimento e a ligação tão especial - e tão tênue - que os une nesse momento.

A dança flui e o coração transborda. De olhos fechados, tudo é sentido.

Acabando a música, os olhares se cruzam, e os olhos sorriem.

E faz calor. Nossa, como faz calor! O cabelo úmido na nuca, a roupa já com todos os tipos de perfumes daqueles com quem compartilhou um pedacinho da noite.

Já é madrugada, e o ambiente esvaziou. É uma saideira depois da outra.

Até que, pernas pesadas, coração leve, você só pensa em tomar um banho e cair na cama.

Mas se foi com os amigos, ainda vão animar de passar em algum lugar pra lanchar.

Chega em casa.

Toma banho, escova os dentes.

Deita na cama do jeito que ela estiver.

A alma lavada, e o corpo, apesar de cansado, poderia flutuar.

Louis Lane
Enviado por Louis Lane em 01/05/2021
Reeditado em 03/01/2022
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