O PECADO ORIGINAL

Dizem, as boas a as más línguas, que em apenas num estalar de dedos Deus fez o mundo, mas logo notou que faltava uma coisa muito importante que nem Ele mesmo sabia do quê se tratava. Meio indeciso, Ele fez um bolo de barro e soprou em cima, aí, pumba: lá estava um homem peladão na Sua frente que logo foi chamado de Adão, o que quer dizer, "homem da terra". Depois Deus achou que Adão sozinho não viveria bem e resolveu tirar uma costela dele onde deu outro sopro e, pumba: lá estava Eva, bonitona pra caramba. Naquele instante, os dois ouviram o maior blá blá blá sobre o que podiam e o que não podiam fazer no paraíso. Na verdade eles podiam fazer e comer de tudo que quisessem, mas, só não podiam, mesmo, era comer maçã.

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Eva se sentia muito só e resolveu ter uma amiga. Ela procurou, procurou e deu de cara com uma cobra. Foi amizade à primeira vista. As duas ficaram íntimas, e juntas passeavam no Jardim do Éder entre a beleza e a fartura do paraíso.

Passando por uma macieira, que estava cheia de maçãs maduras, Eva achou de comentar que estava proibida de comer aquela linda fruta. Foi aí que a tal amiga lhe aconselhou dizendo:

- Eva, deixa de ser boba, ninguém está nos vendo aqui! Pega só uma maçãzinha e dá uma mordidinha para saborear. Eva confiou na amiga e deu uma dentada na maçã. Depois pediu para o otário do marido experimentar também. Adão deu uma mordida, mas quando foi engolir se engasgou e a maçã parou no meio da garganta. Foi o maior deus-nos-acuda pra desengasgar o idiota. Naquele momento o pecado foi inaugurado e a marca dele ficou visível nos descendentes de Adão. É por isso que todo homem tem um caroço sob o queixo que é chamado de pomo-de-Adão, maçã-de-Adão ou gogó. Dizem que naquele momento a cobra ficou muda, perdeu as pernas e se encheu de veneno, e que Adão precisou ir trabalhar para sobreviver, e que Eva foi condenada a sangrar durante a vida toda, mas ela reclamou implorando:

- Senhor, tenha piedade de mim. Sangrando assim eu morrerei de anemia. E Deus lhe disse:

- Então, tu pagarás em suaves prestações mensais.

José Pedreira da Cruz
Enviado por José Pedreira da Cruz em 04/05/2021
Reeditado em 14/05/2021
Código do texto: T7247645
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