Covid 19 o vírus que mudou nossa rotina

Covid 19 o vírus que mudou nossa rotina

Desde que este vírus Covid 19 apareceu com disseminação viral veloz e mortalidade estrondosa no mundo inteiro com milhares de vitimas, o medo tem tomado conta de todos nós, ficamos em espaços limitados com a imposição do isolamento social para conter a contaminação viral, e vivemos uma grande reviravolta social.

O isolamento social tão necessário para conter a contaminação pelo Covid 19 trouxe com ele o caos econômico: empresas de eventos fecharam suas portas, ambulantes proibidos de circular, hotéis e pousadas com ocupação restrita, casas de shows e restaurante e bares com restrição de horários, assim uma parte gigantesca da população perdeu renda, e o desemprego passou a ser uma constante. Os auxílios emergências governamentais tentaram reduzir a miséria que bate na porta de milhares de pessoas, mas a solidariedade da população com campanhas por arrecadação de alimentos é o quem tem garantido o pouco de alimento nas mesas dos desfavorecidos.

Antes da pandemia costumávamos passar o dia literalmente fora de casa, o encontro com a família restringia-se ao breve café da manhã, e ao horário do jantar, e quando ou quase sempre fazíamos essa última refeição com amigos, ou em algum evento, reunião extra, nossa casa era basicamente para repousar. Com o isolamento social a nossa rotina mudou completamente: o trabalho passou a ser em casa com “Home Office”, o orçamento apertou, precisamos dispensar ou reduzir a carga horário de quem cuidava dos afazeres domésticos, nos tornamos literalmente “pessoas do lar”, e isto implica numa balança de ônus e bônus, e a convivência familiar diária fora do ambiente charmoso de férias, virou um desafio, e quem tem filhos pequenos amargam muitas vezes com a incompetência de não saber usar brincadeiras para interagir com os pequenos, passaram entender a importância do trabalho do educador escolar. O fato é que hoje, conhecemos muito mais com quem convivemos, e as surpresas são muitas, o cotidiano desatou laços afetivos que foram feitos sem dialogo, solidificou relacionamentos que estavam pra lá de mornos, e a vida dentro de casa ficou evidente a importância do companheirismo, o dialogo, e a necessidade de colocar “a mão na massa”, já que os nossos lares agora estão aos nossos o cuidados, de forma desastrosa ou não. Quem nunca fez um ovo frito, aprendeu fazer omeletes. Duvido muito, que você não tenha tentado fazer pães, pizzas, bolos... buscando as receitinhas no velho livro de receitas ou assistindo ao YouTube e a sites de culinária Aprendemos a costurar, pintar, cuidar dos cabelos, unhas. Literalmente estamos nos reinventando, e a duras penas.

Aquelas roupinhas de casa agora estão mais surradas do que nunca. E jamais imaginávamos que colocaríamos o blazer de trabalho com shorts de pijamas, para reuniões, o uso do “Home Office” faz dessas coisas. Nós mulheres, trocamos lindos batons por protetores labiais, e as máscaras de proteção contra o Covid ganharam espaço garantido nas gavetas de todos da casa, até das crianças, este assessório ganhou cores, modelos, tecidos tecnológicos, estampas, e passou a ser indispensável e obrigatório.

As pessoas que frequentavam as academias, agora conseguem resolver sua silhueta fácil com rodo e pano de chão limpando suas casas, porque nunca nos preocupamos tanto com higiene como agora: os sapatos que vamos a rua, ficam do lado de fora ou recebem uma carga violenta de água sanitária, as compras de supermercado recebem cuidadosamente o álcool em todas as embalagens antes de ir para os armários, o Álcool em gel 70 é tão utilizado, que nos acompanham para todos os lugares, é obrigatório em espaços publico e privados, e faz até parte da decoração nos cômodos de nossas casas pela utilização frequente e tão necessária. No quesito compras, jamais imaginávamos que iriamos teclar para comprar, e como é pratico isso, as lojas online entraram de vez em nossa rotina, empresas que não se adequarem a esta modalidade, estarão fadadas ao fracasso. As redes sociais deixaram de ser somente diversão, e passaram a ser nossa janela para o mundo, e assistimos com tristeza o crescimento desenfreado das “Fake News” noticias falsas, este câncer digital de nossos dias.

E por falar em noticias, os programas de variedades e telejornais buscam entender e passar para população como lidar com vírus, trazendo ao público a comunidade médica, os cientistas, e o trabalho desgastante e necessário vividos por socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, maqueiros, os “ anjos de jaleco” nunca tiveram tanta visibilidade como agora. Acompanhamos atentos todas as novidades na luta pela vacina, e o trabalho incansável dos cientistas em todo mundo.

Estamos com saudade de transitar nas ruas cheias de gente, dos gritos dos camelôs, abordagem dos vendedores, até de cumprimentar os conhecidos com aperto de mãos.

Bateu agora aquela nostalgia das festas que íamos por obrigação de vermos pessoas, e sermos vistos. Dos restaurantes lotados onde encontrávamos os amigos, escolhíamos o cardápio, éramos servidos, e deixávamos a louça lá na mesa.

Nossos aniversários agora temos a tecnologia como aliada neste distanciamento, os convidados são virtuais, interagindo com o núcleo de casa, entretanto tem aquele sabor nostálgico de festa de antigamente, onde o bolo e os docinhos são feitos em casa, os balões cheios na força do sopro, espalhadas em pequenas porções pela casa.

O número expressivo de perdas de familiares e amigos nos fizeram lembrar os velhos amigos, parece que o silêncio do distanciamento nos fez repensar, e querer reencontrar o passado. O “Como vai você? “ deixou de ser um clichê, para ser real. Queremos saber de fato como eles estão. Porque perdemos muito mais pessoas inesperadamente do que imaginávamos, e percebemos o quanto somos frágeis, e que devemos dizer o quanto amamos a quem de fato nos faz bem.

Mesmo com templos fechados ou com capacidade reduzida, estamos a cada dia, com mais sintonia com divino, orando por nós, e para quem nos pede orações. Quem não sofreu a perda de um ente querido, já assistiu a dor de muitos amigos nesta avalanche de perdas. Nas redes sociais, têm dias que ficam semelhantes a obituários, parece que partilhar a dor das perdas dos entes queridos, tem sido confortante para maioria, e ler os comentários carinhosos, abraçam de alguma maneira quem está teclando do outro lado.

As tão esperadas vacinas foram desenvolvidas por varias nações, inclusive pelo Brasil, chegam agora a população de forma tímida, mesmo com a incredulidade de alguns, as doses estão sendo bastante disputadas, e é visível o semblante de alegria de quem recebe, parece que um sopro de esperança vem em forma de seringa.