Às vezes ajudar, mimar, proteger é desviar a pessoa do crescimento!

“Toda pessoa que lamenta, não quer agir. Todo consolo para alguém que se lamenta, apóia a as não-ação. “ - Bert Hellinger (psicoterapeuta alemão inventor da técnica terapêutica chamada Constelação Familiar).

Aqui vemos uma situação que requer experiência e maturidade para lidar.

Para poder ajudar. De verdade...

Não podemos deixar a pessoa ficar lambendo suas feridas para deixá-las sempre abertas e continuar sua lamúria... e tampouco devemos nós lamber essas feridas, colaborando com o martírio, incentivando a "não ação", com a pessoa presa num poço que ela se colocou, sabe sair e só ela pode fazer isso...

Sim, porque só ajudamos que quer, aceita e permite ser ajudada.

A pessoa que se lamenta quer acreditar que é coitada, digna de pena e incapaz de agir, de pelo menos tentar sair do problema.

E muitas vezes tentar fazer você entrar nessa energia e reforçar nela essa inércia, essa incapacidade de lidar com seu problema.

Ela precisa de uma espécie de confirmação.

Então ao tentarmos ajudar alguém ou até como terapeutas, não podemos reforçar na pessoa o "coitadismo", o "vitimismo".

Não podemos ter dó ou pena.

Compaixão, compreensão e acolhimento, sim!

Pena, não!

Engraçado que as pessoas foram ensinadas de forma muito errada em relação a pena.

Como se fosse "bonitinho" ter pena.

Como assim?

Quem somos nós para sentir pena de alguém?

Não é muita soberba?

Você gostaria que sentissem pena de você?

Que fizessem coisas por pena.

Que se relacionassem com você por pena?

Luis Antônio Gasparetto falava com seu humor habitual sobre o "coitado".

Coitado na etimologia é aquele que sofreu o coito. Quem tá "lascado", literalmente.

Não, não é salutar, bonitinho ter dó, pena ou achar que alguém é coitada.

Reforça a vítima em vez de assumir ou aprender a lidar com suas escolhas.

Ajuda manter a pessoa no buraco que ela criou ou se colocou.

É preciso ter uma visão madura para poder ajudar de verdade e não colaborar para que a situação da pessoa piore.

As vezes chega até um momento que temos que deixar a pessoa sozinha, por ela mesma...

Ela quer mimo para ficar ali e nos recusamos a incentivar.

Isso também é ajuda...mesmo não parecendo.

Se puder, se for capaz, ajude...

Se não for, deixe que a pessoa encontre outra que a ajude.

Ou se ajude sozinha.

Quando doer muito, ela vai querer sair do buraco.

Agora não está doendo tanto assim...

Mauricio Franchi (Veeresh Das)