TUDO PASSA OU TUDO SE REPETE?

Era frágil a silhueta de dona benta, com bem mais de sessenta anos, era seguidamente acometida por fortes dores na coluna, o que não a impedia de encher um varal com as roupas do pequeno Marcos Rogério, seu neto.

A avó ficava olhando o resultado de seu trabalho. As roupinhas que estendidas no varal, lembravam pandorgas coloridas que exibiam ao vento calças, camisas, meias e pequenas camisetas. As cores enchiam seus olhos, onde lágrimas já acu muladas, transmitiam lembranças que sua mente recordava.

Nessa hora dona Benta lembrava de outros varais, com outras pequenas roupas, talvez mais simples e em menor quantidade. Lembrava de seus filhos Maria Clara e Júlio Cesar. Tenta lembrar de suas roupinhas a tanto usadas e, com certeza, muitas delas destruídas pelo tempo. Detalhes pequenos, que a memória cansada da avó já se encarregara de apagar. Seu olhar distante atravessa varais, atravessa espaços, tentando buscar lembranças e procurando entender se na vida passa ou tudo se repete...

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CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 24/05/2021
Reeditado em 26/05/2021
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