VERDADES

25mai21

Quantas verdades existem? Depende da bússola de cada um. Hoje engatinhamos por caminhos novos na comunicação que se dá através das mídias sociais que pela internet desconhece distância e tempo. Há vinte anos atrás, pouco mais pouco menos, as notícias nos eram passadas pelos jornais (com a defasagem de tempo entre o fato e a venda do jornal), televisão (que também necessitava de um tempo entre o fato, a edição e a divulgação), o rádio (mais ágil e que transmitia os fatos na chegada, checada e as vezes “xecada” (paga) do repórter) e por último o fofoqueiro, que sempre começava a sua narrativa com um “me disseram” ou “você soube” nem sempre com a devida fidedignidade ao fato e mesmo, independentemente de sua existência ou não. Este último difusor de notícias, talvez por preservar a origem da comunicação, é aquele que prevalece nesta nova forma de comunicação. Os grandes veículos de comunicação deixaram de lado a ética e passaram a ser meros fofoqueiros e a seriedade e credibilidade que lhes conferiam fartos e volumosos contratos e expectadores, hoje já não existem e quando existem têm cor própria. Neste ponto faço uma reflexão e me pergunto será que não foi sempre assim? Será que não fomos sempre enganados? E concluo que sim, ou por uma ação infame, mas inteligente por parte deles, ou por um total descaso de nossa parte, ou ainda por ambos. A inteligência foi substituída por uma fábrica de notícias por encomenda com “verdades” coloridas.

A mídia virtual hoje possibilita uma “plantação” de notícias tanto pela abrangência quanto pela rapidez e realidade ou irrealidade convivem ao mesmo tempo e lugar, exigindo de nós um engajamento com a busca da verdade através de uma colheita minuciosa e apurada muito parecida com a procura de ouro ou diamantes na bateia. E este engajamento é que nos faz evoluir e perseguir o que é verdadeiro e único, pois a verdade é a agulha da nossa bussola que sempre indica o nosso norte.

Geraldo Cerqueira