UMA OSTRA QUE NÃO FOI FERIDA NÃO PRODUZ PÉROLAS

A quem diga que devemos ter um retrovisor pequeno e um pára-brisa grande. Que devemos olhar mais para o futuro do que para o passado. Mas a verdade é que muitas vezes no silêncio da noite, ou a sombra de uma árvore, queiramos ou não, vez que outra, olhamos para o nosso retrovisor e este acaba ficando grande. Lembramos inúmeras situações, lembramos dos planos que fazíamos quando jovens, nominávamos o que era bom e partíamos ao seu encontro.  Hoje, após tantos anos, se tivéssemos que nominá-los sentiríamos vergonha. A verdade é que o tempo não para, a vida vai passando, as coisas vão se modificando, e o que uma vez achávamos que era bom, hoje não é mais, não faz mais sentido.                                                                

Lembramos também que durante este lapso de tempo, muitos foram os enfrentamentos, muitas foram às batalhas, algumas inesperadas e, muitas vezes, literalmente falando, lutamos até mesmo sem munição. Muitas lutas foram vencidas, outras não, mas na realidade o que restou não foram medalhas e nem honrarias para heróis, mas cicatrizes de batalha. E se restou cicatrizes, é demonstração de que fomos fortes, que lutamos e, que se necessário, ainda lutaremos mais e em todas as circunstâncias.

                                                                         

Por vezes indagamos se havia necessidade de termos passado por tantas coisas, e ainda quem sabe, por tantas que poderão vir. Confesso, creio que sim, o mundo é assim. Aliás, a este respeito Ele, o grande Mestre, já disse: “No mundo tereis aflições".

                                                                           

Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas. As pérolas são feridas curadas. Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. Na parte interna da concha de uma ostra, é encontrada uma substância lustrosa chamada NÁCAR. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado? Uma linda pérola é formada.

                                                                      

Uma ostra que não foi ferida de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

                                                                    

A verdade é que tudo foi e é um aprendizado em nossa vida, a gente amadurece, passa a ver tudo diferente, passa a entender que o mais importante de tudo é estar em PAZ. Assim, na prática, não sejamos “Ostras Vazias”, façamos esforços para produzir uma pérola, se possível. Cubra suas mágoas com várias camadas de AMOR.  Que nosso pára-brisa seja grande, mas que nosso retrovisor seja sempre referência.