Disfarce
Em determinado momento de sua vida, seu sorriso passou a ser de faz de conta. Na verdade, sorria para esconder a tristeza que sentia.
E não era um menino, mas um alguém de idade, de algumas décadas de existência.
Até vivera instantes de alegria, mas felicidade era carta fora do baralho. Sempre fora. Porém, nunca reclamava.
Acreditava no amor, mesmo sem ser amado, e se sentia feliz porque era querido. Por uns poucos, é verdade.
Não sentia dor, mas angústia, melancolia, lamento, por entender que nada daquilo mudaria.
E que, lamentavelmente, o seu sorriso prosseguiria sendo um disfarce. Apenas para esconder sua tristeza.