Crônica do fim: Akrasia. Parte 2

Não consigo lembrar de quanto tempo passei guardando a retidão de espírito que me era orgulho inaudito, pois do contrário não passa de exibição de um caráter já denunciado medíocre na anunciação.

Era, entretanto, posso alegrar-me peremptoriamente, muito. Anos de probidade da índole, se podemos ter em outra parte de nossa autêntica essência, numa espécie de cosmética da alma! Anos!! Até ela fazer-se naquela mensagem de texto que, de texto, guarda apenas a aparência gramatical e ortográfica.

Claro, ali, naquele condomínio de tempo que se traduziu no momento, não houve nada além de convenções. Outra coisa, notavelmente impossível. Mas, as arapucas do destino, que nomeio apenas por comodidade, pois ignoro empiricamente sua existência, já estavam sendo armadas! Não alimento dúvida alguma.

Após breve conversa, chegamos num acordo. Num futuro logo ali, depois da próxima esquina das circunstâncias, apertaríamos as mãos, selando o amém.

E, dito é feito.

Aqui acelero o filme das ocorrências para poupá-los do ordinário que ancora toda estória assim justaposta pelas vicissitudes do que vai acontecer.

Vamos.

Ei-la, excelsa, já, em vales e planícies, capital estético elevado, cartografia elaborada por um deus afrodíseo qualquer. De uma hora a outra, como a súbita morte de um saudável ordinário que, por ser o primeiro, crê-se o segundo imortal.

Em Sua defesa, pois não há melhor defesa que a dos culpados, garantem os jurisconsultos, Ela era toda em minha cabeça. Grávida de impudicices só minhas.