IDADE MÁGICA

Em todo ano, quando nasço, eu penso na idade.

Isso me exige sempre um tempo de reflexão. . .

Quantos anos eu tenho agora?

Como respondê-la ? Afinal pareço ter várias idades.

Para cada momento uma que melhor me conviesse,

então a partir de agora em diante responderei:

tenho a idade do momento!

Nas brincadeiras simples, 12 anos no máximo!

Que tal a idade adolescentes? Idade das certezas,

dos acertos dos erros e dos erros acertados,

Talvez a idade da boate, por volta de 20 está bom;

Com os meus pais, a idade que os fazem ter a mim como filho,

as sua melhores lembranças;

Com a mulher amada, a idade de um amante,

do conquistador, de namorado, de marido, a idade do amor;

com as crianças, não tem jeito, serei criança-adulto,

criança-pai, criança-avô . . .o aprendizado brincando com a orientação;

para os meus amigos... ah! Amigos .... sempre bem-vindos!

Terei a idade deles;

Numa discussão, a idade da generosidade, de um sábio talvez . . .

com a natureza da vida e a vida da natureza... 33 anos...

a idade de Cristo!

Confundirei as memórias das moléculas, serei

camaleão das idades,

enganarei o tempo. Eu é que serei seu carrasco!

O jogo da vida onde terei todas as fichas, em todas as minhas faces.

Portanto, mais um ano de vida ou menos um ano de vida, não importa! Aliás importa sim!

Tenho todas as idades nas mãos, que vão e voltam como num balanço, que sobem e descem como numa gangorra e assim construo

um parque de recordações onde há trem fantasma, labirintos, mas também palavras feitas algodões doces, maçãs de amor,

a idade ideal... do poeta...

que guarda nos trilhos da montanha russa sempre os seus melhores ou piores momentos.

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 17/11/2005
Reeditado em 26/04/2006
Código do texto: T72820