Olhando a vida, deparo-me, às vezes, analisando o mundo de outras pessoas.
A ida a um restaurante me faz muitas vezes parar e mergulhar o olhar numa familia qualquer. Vejo filhos alegres, comportados, a mulher com sorriso de anúncio  de pasta de dentes, o marido todo sarado, mostrando os músculos do braço numa camisa de manga curta. O garçom chega, as crianças,  perfeitamente sentadas, comem educadamente, sem barulhos, como se via nos seriados de TV "Papai Sabe Tudo" de antigamente. Lembram-se?


Na Academia chega uma jovem de corpo perfeito, estica-se para mostrar o corpo num outfit de marca. Anda como modelo, jogando os cabelos sedosos, enquanto olhares masculinos deitam-se sobre ela. Não tem uma celulitezinha essa miserável?

No meio da praça, um casal se beija, aqueles beijos longos e molhados, como se não existisse ninguém em volta. Um momento perfeito que me lembra um filme a que assisti. Qual mesmo? Ah! "Love Affair"!  Tentei reviver com meu marido  a cena do primeiro beijo deles na estação do metrô, mas não deu certo! Acabamos rindo e constatei que "Robert DeNiro e Meryl Streep domesticos" nao fazem milagres.

Procuro uma cena na rua daquele pedaço do “Pontes de Madison” quando no fim do filme, ela segurava aquela ma
çaneta do carro e não sabia se largava o marido e voava para os braços do Clint Eastwood, que no meio da rua, olhava para  ela  todo molhadinho de chuva ( hummm sera que eu abriria?)

Aí está -  a perfeição em tudo que se encontra fora do nosso mundo!  Seria esse eterno comportamento reflexivo e  comparativo -  um defeito de fabricação? 

Cronica: Tema Livre
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 22/06/2021
Reeditado em 14/07/2021
Código do texto: T7284390
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