UM DIA DESCOBRIMOS
Um dia descobrimos que o bom mesmo é um chope gelado com nossos melhores amigos, sol na cara, alma ao vento; e que tudo isso é a síntese da alegria humana.
Que o bom mesmo é o velho churrasco na brasa, a batata frita, o pão com linguiça, guaraná com sabor de infância.
Descobrimos que um jeans velho nos dá toda a liberdade que precisamos, e que sapatos confortáveis às vezes nos permitem “voar”, ao invés de nos tolher os passos.
Descobrimos que o simples é que é a felicidade, a despeito de nossa correria insana por bens materiais. Sim, é esse clichê mesmo que faz todo sentindo, essa redundância tão fácil de entender e na qual não acreditamos porque sempre queremos mais.
Descobrimos que a instalação de um balanço ou uma rede na nossa varanda nos faz voltar à infância repentinamente; acalma-nos, traz o riso e a paz que não conseguimos obter com os ansiolíticos tão em voga.
Que a solidão só é boa se não nos sentirmos solitários, mas que a vida só tem sentido se pudermos compartilhá-la com alguém.
Um dia descobrimos que quanto mais viajamos, mais voltamos para nós mesmos.
E que só voltando para nossas raízes nos encontramos de verdade. E que não podemos fugir de quem somos, e que não há nada que se compare a aceitar nossas limitações, nos perdoar, levantar e seguir adiante.
Um dia descobrimos que não podemos perder a esperança; que só com ela seguimos em frente, mas que é a fé que é o combustível para mesma.
Um dia descobrimos que todas as coisas materiais pelas quais lutamos tanto, não tem valor algum. O valor está nas pessoas que nos cercam, e na mudança positiva que causamos ao nosso redor.
E descobrimos que só o amor à vida, apesar de todas as dificuldades é o que nos permite transcender a mesma e fazer valer este belo exercício que é viver.