SOBRE A PROBLEMÁTICA DO PROBLEMA
 
            Aristóteles em sua profunda sabedoria em saber que nada sabia, afirmava que o homem é um “ser social”, portanto, gregário em essência. Longe de traçar uma comparação entre ele e este que vos escreve estas mal traçadas linhas e guardando as devidas proporções, eu vos digo que o homem é um “ser problemático”, que eu arriscaria de chamar forsit est homo em nossa língua mãe, o Latim. Somos seres movidos pelos problemas individuais diuturnamente e me parece que quanto mais em sociedade, mais esses problemas se somam ao todo. Estamos dentro de uma espiral de problemas que mesmo criamos e como consequência direta temos o dever e a obrigação de resolvê-los. Portanto, buscamos solucioná-los das mais diversas formas lançando mão da subjetividade, que uma vez unida a outras na esfera comum de um problema coletivo, nos tornamos unos nas individualidades, mas não  na forma de ser de cada um. Incorporamos o “solution hominem”, a solução vem assim do interesse de todos em encontrá-la.

            Desta forma, vivemos dia-a-dia, criando e solucionando problemas! É a sina nossa do cotidiano, uma missão interminável diante da vida. Contudo, ao mesmo tempo em que somos criadores de problemas somos também buscadores de soluções. Falando e pensando desta forma, até parece que a vida é um grande ensaio laboratorial, com erros e acertos, e que parece aprendermos mais com os erros, incorporando as experiências exitosas às habilidades desenvolvidas para novas soluções frente a problemas semelhantes. Esta capacidade de aprendermos com nossos erros nos garante uma vivência em convivência social mais adequada, compartilhada, portanto, legitimando a característica gregária postulada por Aristóteles. A bagagem social é resultado das experiências individuais, dos problemas de cada um, das soluções encontradas, postas em práticas, num saber-fazer diante. Isto é demonstrar humanização, o potencial, o traquejo e a perícia levada ao aprimoramento cada vez maior pelo ser humano que cria e recria constantemente através de seus problemas surgidos em respostas engenhosas.

            Uma vez diante da vida, mesmo antes da concepção, já enfrentamos um problema gigantesco frente à milhões de concorrentes numa corrida desenfreada pela vida em fecundação. Se você conseguiu ser o número um no pódium, você já é um campeão desde o nascimento. Parabéns! Estais iniciado no profícuo mundo dos problemas. Aprenderás das mais diversas formas com tuas tentativas de erros e acertos que a vida ensina, mas, cobra na mesma medida que ages! Que a vida te dará o que desejas mas, que teus desejos tem limites e será do tamanho de teus problemas e que as soluções são os resultados obtidos, bons ou ruins, que satisfazem ou não tuas expectativas, apenas tuas. As complicações, oposições, resistências e reveses que encontrar ao longo do caminho pode ser exatamente as soluções de outrem à procura das mesmas soluções para teus problemas, por conseguinte, logo, com interesses contraditórios. À vista disso, aprende que todos nós somos eternos aprendizes, fazedores e refazedores daquilo que a vida como um imenso livro de páginas em branco, espera que escrevamos para que outros tenham a oportunidade de aprender e escrever também suas histórias compartilhando como resolveram seus problemas em razão da própria vida vivida para esta função! Viver, aprender e repassar para os futuros campeões que chegam a este mundo um mundo melhor e mais humano sob a ótica do saber-fazer em sociedade sem nunca perder de vista suas individualidades pra resolver seus próprios problemas intermináveis. Viver é um exercício contínuo de aprendizagem!
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 20/07/2021
Reeditado em 20/07/2021
Código do texto: T7303444
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