Manhã de agosto – Feira de domingo

Feira de 15 de agosto de 2021

Acordei há pouco!

São exatamente 05:58. O domingo amanheceu chuvoso. Hora de ir à feira!

Seis horas e quarenta e seis minutos; já estou na feira, com a madame! Está tudo caro. Na realidade, desde criança que ouço esta frase: “está tudo caro!". Minha mãe, Dona “Detinha”, falava: "tá uma carestia". Grande verdade! Na realidade, tudo sempre esteve caro... muito caro!

Hoje a feira está fraca... meio de mês; meio de ano; o bolso enfraquece. Até na banca do rapaz, mal-humorado, do beiju gostoso tá fraco. “Fi do ganso!!!”. Parece até que estamos pedindo favor. Vou já comprar em "Nega do Beiju".

A banca do queijo de fulana está lotada... de produtos. Na banca de cicrano, ninguém e ainda flagro o mesmo pesando a manteiga, com os dedos quase dentro do pote. Vigeeeeee!!!! Tô fora!

Passa um aluno e me cumprimenta: - E aí, professor, tudo bem? Passa outro: - Madrugou, professor? E eu vou respondendo, alegremente, todos. Agora passou, outro. Olhou pra mim, meio atravessado. É assim, mesmo. Lembro de uns; outros, não. Muitos gostam de mim; outros, nem tanto. E a vida continua!

Encontrei, também, a Professora Bel, da Ensino fundamental. Relembramos, rapidamente, o tempo bom de universidade; tempo bom... Mas agora está melhor. Rsrsrsr.

São seis horas e quarenta e seis minutos e nossa feira está quase acabando. Hoje está rápido. Dinheiro reduzido. Forma elegante de dizer que estou desbolsificado. Na realidade, otempo que demoramos na feira é diretamente proporcional ao dinheiro que temos no bolso e disponível para gastar no mercadão. É daí que encontro na feira a maior e mais completa sala de aula do universo de cada município. Vem produtos de toda região; Geografia. Em grandes quantidades; Matemática. As funcionárias da Secretaria de Saúde estão nas portas de acesso do mercado, com álcool em gel; Ciências/Prevenção Covid-19. Três por dois "riau": Língua Portuguesa e Matemática. Sem contar que as pessoas encontram outras que há muito tempo não as viam. Matam saudades e contam histórias. Na feira, juntamos todas as cores; todos os gêneros; todos os credos e todas as classes numa teia de diversidades.

Às sete horas e quinze minutos, encontro Fabricio. Sim, Fabrício, de Cosme; de Elvira, conterrânea lá de Aguada. Gosto de muito de feira. Mas um dos momentos preferidos é quando encontro Fabrício. Ele é um jovem simpático. É cristão. Eu também sou. Ele, evangélico, e eu católico. Mas conversamos pra caramba. A diferença de idade (49 e 19) e crédulo religioso não deixa a conversa enfadonha, nem cansativa. Muito pelo contrário. Eu conto minhas peripécias e Fabrício dá largas gargalhadas. Falo de coisas de Aguada, que ele nunca imaginou. Contei até a resenha de “Jorel de Teciula” e “Flázio Tricho”. Mas aí é outro capítulo. Rsrsrs

E nessa brincadeira, sete horas e vinte e um minutos.

- Oi professor, fala professora Arlene (também colega de profissão e Universidade)!

Respondo:

- Bom dia, professora.

Ela segue viagem.

Passa meu primo e irmão Sérgio, popularmente conhecido por “Sete Boia” e me cumprimenta.

- Oi Tone! (Para os íntimos).

- Diga Bóia,

Despeço-me de Fabrício, depois de ler a “Madrugada de domingo”. Despeço-me de Cícero, companheiro de espera (Eu espero minha esposa Dona Martha, Cícero espera sua esposa, Dona Cíuça (kkkkkkkk) e Fabrício espera seus pais (Cosme e Elvira).

Talvanis Henrique – Escritor de Versos

08:12