Chancela de um Filho da Puta

As carícias eram intensas sobre o divã.

Enquanto ela se trocava, coloquei meu tênis e caminhei até a sacada.

Apreciava a vista do vasto bosque. Mas nenhum sentimento aflorava em mim.

Chamo o elevador para o quarto andar e aguardo. Em silêncio.

Enquanto isso, ela sorri.

Saio pela porta ao som de um “Adoro você”.

Paro e olho. Respondo apenas com um sorriso.

Levemente cínico. Ou sarcástico.

As doces palavras ferem como estiletes. Que cortam profundamente a alma.

Quando a porta se fecha, olho para o espelho.

Sorrio.

“Você é um filho da puta”.

Está chancelado.