2021 e a história.

Dizem que devemos estudar história para evitar repetir os erros do passado. Para aprender com ela, com os erros já cometidos. Para evitar cair nas mesmas ciladas, arapucas, trampas. E assim evoluir. Uma vez conhecendo o passado podemos escolher também os acertos, melhorar nossas possibilidades de prever de maneira mais acertada a possibilidade de um novo empreendimento ser exitoso. De uma nova política ter sucesso. Infelizmente não é isso que acontece na prática. Mesmo nos tempos modernos, em que tudo é registrado com precisão continuamos em um ciclo vicioso sem fim. Sempre retornando ao princípio.

Nos últimos meses, ou mesmo anos como queiram observar isso tem sido um tanto desesperador. Em 1964 tivemos algo parecido ao que estamos vivendo agora. As pessoas que se auto denominavam pessoas de bem, defensores da família tradicional resolveram organizar marchas país afora para defender os seus valores e a família cristã brasileira. Se não me engano a coisa culminou inclusive com uma missa em defesa da democracia, e resultou justamente com o fim dela, e a supressão dos direitos até 1988 quando foi promulgada a atual constituição que temos atualmente. Caso parecido. É claro que com as suas particularidades e contexto aconteceu na Itália em 1922 quando os camisas negras de Mussolini fizeram a sua famosa marcha sobre Roma. Outro caso que também sabemos o desfecho.

Mas para mim a semelhança que mais chama atenção nessas situações é o que em minha opinião é o fator decisivo nesses processos todos. A falta de reação. Tanto em 1922 quanto em 1964 os desastres eram evitáveis. Mas a imobilidade da sociedade permitiu que acontecessem. Os dados estão lançados. Dia sete vamos saber se a nossa frágil democracia resiste para seguir tentando escapar desse looping em que estamos metidos. Esperemos que sim.

SilvaMD
Enviado por SilvaMD em 06/09/2021
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