Talvez, amanhã... (BVIW)

A nébula de inverno ainda permanece e aconchega-se aos pequenos barcos, deixados na úmida areia; enquanto a esquecida rede de pesca com suas entrelaçadas linhas parece uma nuvem pousada sem pressa de flutuar.

Nesta manhã silente, a gaivota curiosa, que observo, ensaia abrir suas asas, mas não voa e prefere ficar entre os barcos, apenas observando a paisagem: hoje com certeza nada de praia... nada de voos. Em dias assim, gosto de desenhar com um graveto, corações e flores na areia; sensações de paz, mas também de saudade de um amor lindo e distante com o encanto das reticências, pois saudade é uma palavra que não aceita um ponto final...

Meu ‘jardim Zen’ à beira da praia, embora seja breve está bonito. As letras de hoje recebem pinceladas da despedida do inverno com nuances e aromas - prenúncio da primavera, diáfana fímbria de pétalas... talvez amanhã.