A língua em vida

Quando eu me formar...

Quando eu tiver meu carro...

Quando eu me casar...

Quando eu tiver minha casa...

Quando eu me estabilizar profissionalmente...

Quando eu tiver meu filho...

A incerteza das perspectivas subjuntivas que vêm através do “quando” são pretensiosas e, principalmente, confortáveis.

Hoje, esse “quando” é só uma conjunção temporal que denota um período já vivido.

A pretérita certeza das suas conquistas é perfeita, mas o presente da sua vida é?

Entre sonhos e lembranças, pego-me pensando em toda a dicotomia latente entre a vida esperada e a vivida.

Honestamente, não tenho a vida que imaginei.

Mas, nos muitos momentos em que julgaria essa constatação frustrante, busco valer-me de uma expressão já dita anteriormente, tomando a liberdade, apenas, de transformar um tempo verbal em substantivo: hoje, vivo o PRESENTE da minha vida.