16 de setembro

16 de setembro de 1973

A nossa história iniciou na Pascoa de 1972, quando ela que aguardava sua vez na fila de confissão, na pequena capela, por volta das 17, horas viu passar o moço, (euzinho), que fez seu coração acelerar. Horas mais tarde, pelas 19 horas, o dito apareceu na janela de sua casa.

Pra mim foi o momento em que encontrei a resposta a inquietação que me levou de casa, em Irituia, em 1965, para o seminário barnabita em Bragança, onde permaneci até fins de 1970, de onde parti para Belém à busca da resposta que apaziguasse meu inquieto coração atraído pelo desejo de servir a Deus. O momento do encontro equivale para mim ao episódio em que Samuel, após ouvir a voz de Javé, que o chamava pela quarta vez, respondeu : - fala Senhor, teu servo escuta (1 Samuel, 3,10), Pra ela foi a resposta ao pedido feito a Nossa Senhora que só a deixasse “gostar” do rapaz que devesse ser seu marido. Coincidência ou não, nossa historia convergiu a partir do ano de 1970: nesse ano ambos nos dirigimos a Belém. Ela com a família vindo do Maranhão e no ano seguinte para Capitão Poço; eu saindo de Bragança para a capital paraense e no ano seguinte a Capitão Poço. Nessa viagem fui hospedado pela família Apoliano, de onde sai pra ser flechado pelo olhar enleado da jovem devota.

Narra a tradição católica que, os segundos entre a saudação do anjo a Virgem Maria e sua resposta o tempo parou à espera do SIM. Temos ainda a sensação de que no momento que nossos olhares se cruzaram, nós nos auto abduzimos por uma eternidade antes de esboçarmos o tímido sorriso de encantamento mútuo (os amigos Zezé Aguiar e Branco Aguiar, que me conduziram à casa dos pais dela não se aperceberam do que ocorria). Nossos corações sincronizaram-se a partir daquele momento e o mundo viu brotar as folhas de uma nova arvore genealógica, percebeu que ali esboçava-se o projeto de um lar cristão.

09 meses depois recebemos a benção de nossos pais com o noivado, (25.12). Na Capitão Poço dos anos 1970 fazíamos a festividade do Padroeiro, Santo Antonio Maria Zaccaria, no mês de setembro: em 1973 as noitadas iniciaram no dia 08, sábado e culminaram com a Missa Solene do dia da festa, 16, domingo. Na manhã desse dia, após a Missa, Conceição e Eu celebramos o sacramento do Matrimonio na capela da casa das Irmãs Missionárias de Santa Terezinha. (Sou ex-aluno barnabita e discípulo de Dom Elizeu Maria Coroli, fundador das Missionárias de Santa Terezinha, a quem devoto ternura filial e profunda gratidão).

Quando me perguntam qual a receita pra uma vida tão harmoniosa e longa respondo que não existe receita, mas o Caminho. Por que caminho? Porque a receita poupa esforço, criatividade, desafios, basta seguir o que é mandado, enquanto que o caminho permite exercitar o livre arbítrio, liberta, à medida que se avança, edifica, à proporção que se desmonta a estrutura comprometida, fortalece, enquanto renuncia-se à própria vontade; o Caminho não apenas guia, conduz sem aprisionar, santifica sem destruir, em suma – o Caminho é a Verdade e a Vida. Resultado: FELICIDADE PLENA.

Na Pascoa do ano que vem celebraremos bodas de ouro de namorados; dia 25 de dezembro, 49 anos de noivado e hoje celebramos, com jubilo, 48 anos do SIM DEFINITIVO sob a proteção de São Jose, Nossa Senhora da Conceição e Nosso Senhor Jesus Cristo, razão última de nossa vida

Obrigado a todos os que nos ajudaram nesta caminhada!

arturo cortez
Enviado por arturo cortez em 16/09/2021
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