CPI fora do contexto

Na mais descabida ironia, o próprio presidente da CPI pergunta ao depoente se ele participou da morte de Getúlio Vargas. Se fosse outro depoente que por ali já passou teria respondido: "esta pergunta não faz parte do objeto da CPI." Mas, como nem todos têm presença de espírito para articular uma resposta adequada, simplesmente respondeu "NÃO."

O Brasil inteiro entendeu que aquela pergunta estava fora do contexto e significava uma estupenda ironia, uma chacota, um desrespeito ao depoente e à memória do Presidente Getúlio Vargas.

Se a irritação dos inquiridores decorre da resposta "por orientação dos meus advogados, valho-me do direito de permanecer em silêncio", que reclamem do STF, que lhe concedeu o hábeas corpus.

Ora, e no próprio hábeas corpus tem um item que diz: "o depoente não pode sofrer constrangimento." Então, chamá-lo de mentiroso, desonesto e ameaçá-lo de prisão, não é constrangimento?

Imagine sua família, em casa, vendo tudo aquilo.

O papel do investigador é colher as informações e colocá-las no processo para posterior julgamento com base nos autos. Xingamentos, ironias, chacotas estão fora do contexto.