ANIVERSARIAR È SOMAR OU SUBTRAIR?

“Parabéns pra você, nessa data querida...” Quando ouvimos essa música, sendo entoada como um mantra para nós, um filme se passa pela nossa cabeça. Para alguns, um pequeno curta e para outros um documentário ou um épico longo de uma grande cruzada.

O seu filme da vida pode ser uma grande comédia, ou um dos mais pesados dramas... porém, todos nós temos uma linda película, que é lembrada a cada ano. No meu caso, no dia vinte e três de agosto...

E lá estava eu, fazendo meus dezenove anos, pode parecer exagero, mas nunca fiquei à vontade com a minha idade, antes odiava estar preso num corpo de um garoto, e queria crescer. E quando finalmente meu pedido foi realizado, os anos foram se passando e o grande menino virou um pequeno homem, comecei a querer parar o tempo, o relógio. e não envelhecer mais. Uma vontade de me mandar para a Terra do Nunca... sem passagem de volta!

Aliás eu estava fazendo dezenove, mas parecia que ontem estava celebrando os dezoito, o que viria depois? Os 30???

Estava em frente ao computador ligado, olhava para o relógio no canto direito, falta um minuto para meia-noite, e chegar o inevitável, o dia do meu aniversário. Após o minuto virar e os dezenove pesar, me pus a me perguntar...

“Aniversariar é somar ou subtrair?”

Era óbvio que mais um número tinha sido somado, porém era um ano que estava sendo subtraído da tabela da vida.

Quando ficamos mais velhos, podemos acrescentar muitas coisas, como podemos ceifar várias também...

Algo que ninguém (ou quase ninguém) quer somar a sua aparência são cabelos brancos, rugas ou algarismos do tipo 3.0, 4.0, 5.0. 6.0... e vou parar por aqui, antes que crônica vire deprê!

E o por que disso? O que tanto choca e nos bota medo em não querer sentir e viver o inevitável, o tempo passar e assim envelhecer?

Mas há grandes somas quando ficamos mais velhos, nós podemos crescer, mesmo que não seja de altura, temos a chance de crescer por dentro, como seres humanos. Temos a chance de somar novos amigos, novas vitórias, novos amores e novas histórias.

È uma dádiva estar vivo, e ainda com a calculadora nas mãos, o que subtraíamos nessa história? Depois que ficamos um ano mais velhos, ou seria menos um ano mais novo?

Enfim, de qualquer forma, podemos subtrair os erros, deixá-los para trás, nos anos vividos, podemos diminuir as tristezas, os medos, e saber que com mais um ano na mochila, estamos mais fortes, mas vividos e mais preparados para encarar a selva da vida!

Quando o dia já estava acabando e estava ficando quase que oficial que mais um ano ia embora... tive a certeza que não importa o que perdemos ou ganhamos, quando aniversariamos, o que vale mesmo é estar vivos, é estar aqui, na presença de quem a gente gosta, de estar podendo aprender a cada dia, de acrescentar algo de bom para o mundo, ou simplesmente para quem está do seu lado pedindo apenas um abraço...

Assim vamos somando e diminuindo, até que um dia os números se vão, e a gente se torna infinitos, assim como eles!