POR QUE ESCREVO. ORIGEM DO VEÍCULO.

Não faço literatura, vivo temporalidades. Estou ao correr do tempo.

Viver o ato de escrever. Há tantos anos exerço essa faculdade. E percebo depois de escrever que não seria eu que escreveu. Estranho. Procuro identificar frequências que não identifico de quando externei comigo mesmo construções, o que elaborei. Surpreendente.

Não reconheço minha pessoa, até meu estilo. É como a escala musical de Pitágoras, e muitos gostam de música, mas não sabem de onde surgiu a escala musical.

Como a bigorna ouvida por Pitágoras, os sons entram em minha audição e formam palavras, pensamentos. Vêm de onde?

Sou personagem de meus textos, é integral verdade intimista, projetando meu ser e existir, ou o quê? Aparecem de onde, tecem essa teia de que forma?

Medito no ascensional que pode ou interfere sem que eu perceba. O que sabemos de tudo? Nada!

Motivação do que se externa chegada pelo que mais admiro, liberdade.

Todos têm sua razão. Mas não há razão no desconhecido, só paz infinita, e liberdade da ausência de traves para a chegada.

De forma etérea, solta, diversa do comum, por vezes sentimos a entrega à realidade da vontade sem freios, que desliza dando asas aos voos. Em que espaços? Surge a não identificação e a surpresa do por quê? Como? De onde? Qual o veículo que se amarra ao tempo?

Textos intimistas e insondáveis à inteligência que nadam na superfície. Mergulhos profundos que ao invés de asfixiarem trazem calma e compreensão.

Passeios por um mundo diferente. Viver ao correr do tempo, nunca correr atrás do tempo enquanto ele passa.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/09/2021
Reeditado em 28/09/2021
Código do texto: T7352383
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