SOCORRO NA DOR

Temos outubro rosa, setembro amarelo e várias outras campanhas que acho fantásticas. São tempo de cura para aqueles que nunca toparam falar sobre esses assuntos.

Me lembro do tempo em que nós não falávamos o nome câncer, como se isso fosse o agravar ou o atrair para si.

Quando a mulher entrava nos 40 anos ela ficava com pavor do câncer de mama e útero. Depois as campanhas vieram trazendo luz, conhecimento e reflexão.

Para várias mulheres a TV e o rádio trouxeram o dialogo médico paciente. Elas tomaram coragem de ir atrás de ajuda ao invés de só envehecerem.

O suicídio também sempre foi um tabu falar. A família que tivesse um suicídio era considerada a parte. A mãe era quem mais se cobrava como se dela dependesse o ato.

Me lembro de moças não casar em tal família porque alguém lá suicidou. E até pais pararem a vida e viver apenas a sofrer por que isso aconteceu em casa. Lógico que o sofrimento é indescritível. Mas não pode parar a vida da família toda e morrerem amocionalmente juntos.

Com tantas informações o tempo foi passando e parece que agora ficou ao contrário. A notícia corre como algo quase comum. E ainda existem pessoas que riem e sombam e até fazem piada dos fatos. Repostam e repartem as fotos, sem ao menos entender o que fazem a si mesmos.

Escutar alguém que reclama que está cansado da vida, pode ser sim muito chato. Até porque ninguém quer dividir a dor. As pessoas estão correndo contra seu próprio tempo. Lutando por próprias vidas e escondendo o máximo que podem de quem aparenta sofrer.

O que não percebem é que estão correndo de si mesmas, até que se veem presas na angústia, na dor e no sofrimento onde tudo perde a graça e a cor.

Hoje o que mais precisamos é estar inseridos em uma comunidade onde pode se expressar e viver de forma integral e ter amigos. Amigos irmãos e irmãos amigos.

Precisamos parar de ouvir o mau de alguém e falar do nosso em cima como se o seu fosse maior e mais importante. Pode ser sim, mas precisamos ouvir para sermos ouvidos.

Tomar coragem de levar o sofrimento ao médico e terapeuta certo, trocar se não se sentir a vontade ao invés de abandonar.

E lembre-se não é o que você tem que te fará feliz, mas a forma como você vive e convive com as conquistas e derrotas. O acúmulo de amigos, parceiros de vida vale mais que muitos vintens.

Não precisa esperar o tempo de campanha para sermos um ombro amigo, um ouvido sem voz ou apenas aquele que sabe apenas ser o afeto dos que nada tem.

Os dias de festas se aproximam e não podemos esquecer dos nossos e dos outros que sofrem mesmo em dias de festas.

Até a próxima...

Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 08/10/2021
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