Relatos da Pandemia

Meu trabalho parou. Biblioteca, Centro Cultural, Shopping Center, Igreja não dá mais para ir. Bares, Restaurantes, Museus e Cinemas, Clubes Esportivos estão fechados. Os rolês com meus amigos cessaram.

Eventos culturais, todos cancelados. Agora é tudo online.

Aparecem os primeiros casos e as primeiras tretas nos lares vem junto.

Mas o povo parece não parece estar ligado ou não está acreditando, o que é o pior. Alguns vizinhos meus acham que é férias prolongadas, para poderem se darem ao luxo de fazerem festas, bater uma bola, andar de skate na pista, jogando dominó na pracinha. Que isolamento é esse?

O que era certo, agora é ainda mais incerto, a única certeza é que tudo vai colapsar e como a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, sabemos como será o final dessa história.

Se toda crise é sempre uma oportunidade para faturar mais, os comerciantes estão levando o lema a ferro e a fogo, vide os preços do álcool em gel e das máscaras subindo mais que temperatura no verão, fora os metidos a espertalhão querendo levar vantagem sobre o outro.

Nos supermercados é só o caos, pois, as pessoas ensandecidas esvaziam as prateleiras mais rápido que piranha devorando um boi.

O altruísmo das pessoas me deixa admirado.

Ligo a televisão e só notícia ruim, vou para internet e a situação é pior.

Vou nos especialistas e cada um diz algo diferente, mesmo sem saberem o que dizerem de fato. Melhor deixar pra lá antes que eu morra de raiva.

O clima é de medo e desconfiança, porque ninguém se está ou não com o vírus e qualquer tossida é motivo de pânico. O psicológico de vários foi embora, fora os que estão de hora marcada para partir.

É proibido cumprimentar, chegar perto, abraçar e beijar, mesmo se for nossos conhecidos.

A guerra política se acentuou e pelo visto essa história ainda está muito longe do final.

Em pensar que a uma semana atrás era tudo diferente.

(2020)