Permissão para ser criança

Os sentimentos mais puros dos humanos estão em abundância no coração infantil. Um sorriso espontâneo de uma criança feliz, nos mostra explicitamente a sua sinceridade e pureza. É na infância que nos surge a oportunidade de desfrutarmos dos encantamentos da vida. A criança tem ou deveria ter a liberdade para sonhar, fantasiar e criar. Sonhar com um mundo melhor, com novas possibilidades capazes de ajustar opiniões e decisões que influenciariam de forma considerável na vida de cada um.

Quando buscamos uma nova oportunidade de nos aperfeiçoar, consertar nossos equívocos, voltar no tempo, investimos na criança. Depositamos nossos sonhos nela e a educamos com o intuito de que ela consiga dar continuidade a eles. A ela responsabilizamos de terminar o que não conseguimos realizar. Tornamos nossas expectativas, as suas expectativas. Ainda confiantes em conseguir êxito, transferimos a ela nossas frustações remanescentes das nossas realizações. Na criança, depositamos a responsabilidade da mudança, a longo prazo, desse cenário em geral instável, conflitante e confuso que a humanidade encara. A criança carrega em seus frágeis ombros, o fardo que o adulto não conseguiu levar, ainda que ela não perceba. O discurso de que a criança é o nosso futuro, infelizmente, ainda não nos garante algo plausível. E, diante disso, apesar de nos parecer tão óbvio, permitimo-nos a ilusão e o comodismo.

Que a toda criança seja observada a permissão. Permissão à habilidade, quando saibamos treiná-la e discipliná-la; permissão à criatividade, quando saibamos despertar nela o estado de espírito favorável; permissão para se frustrar, quando ensinamos a ela que a frustração durante a caminhada, nos fortalece para futuras ações acertadas; permissão para entender sobre a negociação, quando ela compreende a importância do bom senso, pois quando o usamos para negociarmos, demonstramos sabedoria.

Que a paz esteja com as crianças!