O Milagre do Santo de Casa

Em visita a uma das vinícolas de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, quando já íamos para a quarta degustação, a enóloga assim se expressou: "agora vocês vão degustar um vinho muito especial, porque é produto da uva do Vale do São Francisco". E eu, de imediato, disse: "Eu sou de lá." E logo citei Petrolina e Juazeiro da Bahia, em cuja região se cultiva a uva do Vale do São Francisco, com suas vinícolas nas cidades vizinhas, a exemplo de Casa Nova, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista.

Naquela hora, lembrando Casimiro de Abreu, "todos cantam sua terra, também vou cantar a minha", acrescentei que, além da uva, produz uma diversidade de frutas, que são exportadas para os Estados Unidos e Europa, razão por que em Petrolina tem um aeroporto de categoria internacional. O vale do São Francisco, graças à agricultura irrigada, hoje é um celeiro de produtos agrícolas. Se na região predomina a seca, o rio São Francisco é o milagre do nosso semiárido. O Santo de Casa é o São Francisco, que veio lá da Itália e deu nome ao Rio da Unidade Nacional, o nosso Velho Chico, que banha os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Este que, segundo Gilberto Freyre, "a natureza estava bem intencionada quando o criou".