Não é fácil a “mineireza”

Mineração exige muita destreza. Há quem pense que é moleza. A mão caleja, o suor goteja. Dentro da mina um escorpião rasteja e depois some com ligeireza. A esperança viceja a qualquer brilho que se anteveja. Ficar rico sem qualquer vileza, é algo que se preveja sem muita certeza. Mas há uma estranheza, porque quem escava não é dono da riqueza. Os anos passam com malvadeza, o corpo acusando uma moleza onde antes tudo era proeza. Aposentar-se, ou o que seja, às vezes vem acompanhado de tristeza. E o pior é que o dono da mina esbraveja.

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Da série: “Quem duvidar, pesquise sobre os mineiros de Cerro Rico, em Potosí/Bolívia”