DEIXEM AS MULHERES EM PAZ COM SEUS CABELOS E SEUS DRINKS

Há poucos dias ouvi duas noticiais que me chamaram a atenção. A primeira delas é relacionada à estilista Carolina Herrera, qual disse: “Apenas mulheres sem classe mantém cabelos longos após os quarenta”. O assunto viralizou nas redes sociais e ofendeu muitas personalidades famosas que vestem sua marca e aderem ao cabelo longo após os quarenta. A segunda noticia é relacionada à Rainha Elizabeth, decorrente de que os médicos lhe aconselharam a não mais beber diariamente seus drinques. Fontes próximas à família real falaram que a recomendação era para manter a rainha na melhor forma possível para seus próximos compromissos oficiais.

Respeito quem tem outra opinião, no entanto, acho totalmente sem sentido a manifestação da estilista, bem como a proibição dos drinks da Rainha. Quanto às palavras da estilista, não creio que a elegância de uma pessoa esteja no cabelo. A respeito de elegância, com muita sabedoria Martha Madeiros disse: “Elegante para mim é quem cumpre o que promete. Elegante é retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias, e nariz empinado, não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Educação enferruja por falta de uso”. No que tange ao aconselhamento dos médicos para a Rainha, parar de tomar seus drinques, também acho um despropósito. A rainha Elizabeth tem 95 anos e perto de completar 70 anos como monarca do Reino unido, ficam as perguntas: será que não foram seus drinks que lhe permitiram chegar a essa idade? Em que contribuirá lhe retirar os drinks nesse momento da vida?

Creio que nossas escolhas, desde que não prejudiquem ninguém, devem ser respeitadas. Quanto aos cabelos, pouco importa sejam eles cabelos longos ou curtos, pretos ou brancos. Quanto à decisão de tomar uns drinks, é da rainha e de mais ninguém. Os anos vividos nos concedem o alvará de liberdade de escolha, de decisão.

Falando em idade, anos vividos, escolhas, cabelos curtos e longos, principalmente os brancos, lembrei de Maria Bethânia, qual disse: “Eu gosto dos meus cabelos brancos. Das rugas, são minhas, o tempo me deu. Envelhecer é privilégio. A voz mora em mim, mas não sinto como se fosse minha. É uma expressão de Deus, uma fagulha”.