Ainda há flor no meu jardim

Ainda há esperança para a humanidade

Tiram das ruas o que dizem poluir os olhos

Mas deixam poluídos os rios que bebemos

Ainda tratam os velhos com desrespeito

E o pobre de finanças fecham lhe as portas

Dos bares, restaurantes, cinemas e teatro.

Pra uma minoria o estrelato

Para outra muito grande e a maioria

As estrelas em suas cabeças descobertas

Podem os ventos em forma de brisa

Tirar a poeira dos sapatos de cromo

E aos pés descalços nem água pra lavar

Que a chuva limpe as janelas dos arranha céus

E deixe translúcidos para que os olhos passem a enxergar

Que a miséria ali está, basta olhar além do vidro blindado.

Se existe um mendigo na rua, alguém fez o que não devia.

Pegou o que de fato não lhe pertencia

Assim são os nossos dias e nas noites quentes de verão

Espera se que a chuva refresque o nosso clima

Mas o que espero realmente é que ela venha e regue

A única flor de meu jardim

Já não tenho muita água para fazê-lo

O regador está furado

A mangueira está sem torneira

E essa flor merece o cuidado

Ainda resiste ao tempo linda e viçosa

Vive do orvalho e brisas suaves

Inunda minha casa com tamanha beleza

Espero sempre que chova pouquinho

Para regá-la como deve ser feito

Pra me fazer sorrir, mesmo que por dentro

Dando me boas, e pequenas imagens

Que guardarei eternamente e com cuidado

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 15/11/2007
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