Marilia Mendonça

Tempos se repetem com pessoas diferentes e dinâmicas iguais. Mas nada é diferente. A comoção humana é a mesma. O Brasil lamentou a morte de Marilia Mendonça, como lamentou a morte de Airton Senna, em tempos que não existiam redes sociais e de Mamonas Assassinas. Eu acompanhei todos esses momentos. Eu estava com 15 anos, quando Senna chocou-se na curva de Tamburello, pilotando a sua William. E tinha 16 quando Dinho e seus colegas de banda santista tiveram seu avião batendo da Serra da Cantareira (SP). Já Cristiano Araújo que morreu aos 29 anos numa batida de carro entre Morrinhos e Pontalina, Goiás no KM 614, da BR -153, eu esperava o show dele que estava marcado para o Aterro de Iracema, uma festa de São João, que infelizmente ele nunca chegou para cantar.

A dor é semelhante, mesmo não conhecendo pessoalmente essas pessoas. A rainha da Sofrência, eu tive a oportunidade de vê-la pessoalmente num show que ela fez no Centro Cultural Dragão do Mar, em 2018. Ela estava com 23 anos. Eu chamei minha irmã que na época até pensou em não ir pois não conhecia bem essa cantora. Eu já acompanhava o trabalho dela e não tive dúvidas fui e curti a vibe durante 1h. No meio da semana e lotou a Praça Verde do espaço cultural.

Foi muito lindo esse momento, depois todos acompanharam o sucesso dessa jovem, que era a voz da mulher moderna, empoderada, cheia de qualidade e livre. Ela parecia ter mais idade, por ter a presença de palco espetacular. Não tinha medo de nada. E era simples e alegre sempre. Passou como um raio pelas nossas vidas.

Antes que todos a esqueçam por que a vida continua, vamos lembrar sempre de seu posicionamento diante de atitudes machistas e violentas. Ela esteve presente no #elenão nas eleições de presidenciais passada. Mas logo teve que voltar atrás, pois a patrulha sertaneja machista e bolsonarista, já estava ali a cercando e quase a cancelando, coisa que sempre falam da esquerda, mas na verdade, a direita radical também faz isso. Quando o mundo precisa de mais alegria e mais positividade, tudo se esvai e sofremos esse grande baque.

Agora é hora de nos apoiarmos e nos amarmos mais. Amanhã está quase no fim e ninguém sabe a hora do Adeus.

Carlos Emanuel
Enviado por Carlos Emanuel em 09/11/2021
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