132 anos de República
Em toda e qualquer mudança de regime político de um país, há sempre opiniões a favor ou contra, pelo que ouvimos as mais diversas manifestações. Ainda no meu tempo de criança, morando na zona rural, costumava conversar com um cidadão idoso, que morava a um quilômetro de nós. E, habitualmente, ouvia ele dizer: "ainda tenho fé em ver Rei na Corte." E, como ele usava uma barba parecida com a de Dom Pedro II, mais tarde eu passei a entender a razão de sua torcida.
Ele devia ter uns 10 anos, quando o regime ainda era Monarquia.
Também Antônio Conselheiro, na Guerra de Canudos, quando a República ainda estava recente, assim clamava aos seus seguidores: "vamos, minha gente, lutar com essa República, a terra é de Deus e o homem não pode lançar impostos sobre ela"
Qualquer apelo, em nome Deus, a adesão é muito forte. E, por conta disso, aquele líder religioso levou muitos dos nossos irmãos sertanejos a uma tragédia evitável. Com armas rudimentares, como pau, pedra, machado, foice e facão, e umas poucas espingardas, ousaram enfrentar o Exército. Morreram por conta de um fanatismo religioso.
Mas a nossa República continua de pé, a partir dos seus dois primeiros presidentes alagoanos: os Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Por isso, com muita razão, o 15 de Novembro aqui
é muito festejado.
A cidade de Marechal Deodoro, a 30 quilômetros de Maceió, em cujo município está a praia mais turística de Alagoas, a do Francês, é onde melhor se comemora o Dia da Proclamação da República.