Peregrinos do tempo
Nascemos, crescemos, formamos famílias e novas famílias são formadas. Os anos e oportunidades que se apresentam na caminhada revelam novos horizontes que trazem incertezas e dúvidas do que realmente queremos.
A vida segue e os pensamentos passeiam entre um ir e vir constante.
Escolhas nos levam a obrigações que fazem parte do dia a dia, mas, existe algo maior do que as decisões que tomamos; a incerteza de como seria se peregrinássemos em direções opostas as quais temos escolhido.
Olhamos para a história e percebemos que àqueles que sonhavam como nós e nem muito tempo atrás, já não sonham mais e que nem mesmo existe vestígios do que cada um viveu.
Olhamos para as marcas do tempo querendo reverter o desgaste por ele causado e até tentamos melhorar de uma forma ou outra, mas, nada pode impedir o final da estrada que se faz necessário seguir.
Olhamos para as coisas que construímos e mesmo sabendo que, logo tudo deixaremos, vivemos na esperança de um amanhã melhor e de que ainda usufruiremos com esplendor de tudo o que conquistamos.
O que é a vida de um homem na terra? Cinquenta ou sessenta anos com um pouco de vigor ainda e as forças já não existem mais. Somos peregrinos do tempo, de um tempo que não tem volta, de uma vida que nos apossamos como se fossemos proprietários dela, mas, que na verdade nunca nos pertenceu.
Pelo que caminhamos?
Continuamos a peregrinar sem preocupar-nos com o final da estrada, sem imaginar que ela pode estar a poucos quilômetros à frente.
Somos peregrinos do tempo!