VITRINE DO SEXO

Moda... uma palavrinha perigosa, tentadora e fascinante - pelo menos para mim.! Todos que me conhecem, sabem o quanto dou importância a ela e curto estar nela, seja em lugares badalados, cortes de cabelo, roupas.

Mas hoje em dia, no quesito moda, há um leque muito maior. Certos tipos de comida entraram na festa, vocabulário, profissões, e claro, o sexo!

Quando compro uma Vogue Homem há muitas tendências, muitos estilos, e dentro deles, fico totalmente à-vontade para escolher o que vestir dentro da minha personalidade, dentro do meu gosto e meu tipo físico.

Por isso acredito que não tem porque virar escravo da moda, pois hoje ela não é mais limitada e exclusivista.

Porém, quando o assunto é sexo, parece que recebemos um ultimato a cada vez que uma posição ou prática sexual entra em moda. Algo como: faça ou seja careta!

E isso, vendo assim de longe, já não é legal. E sou totalmente contra.

O que me fez pensar em sexo como moda, foi estar vendo em tudo que é lugar a prática do swing. Eu mesmo há pouco tempo já vivenciei e escrevi um fato de um casal que se insinuou para rolar um ménage. (Era uma vez a monogamia)

Pois bem, estava eu deitado no sofá em mais uma madrugada, assistindo ao programa do Jô, quando ele chama uma escritora e praticante do swing.

Por já ter escrito sobre o assunto, não fui pego de surpresa e falei... – Ahh nãoo, já ta virando carne de vaca!

E ao dizer isso notei o quanto eu já tinha visto e ouvido sobre essa pratica. Amigos e amigas que já tinham feito, sites e blogs que pipocavam no meu pc, gente na mídia contando e relatando suas noites quentes com o amigo do marido mais a mulher do cunhado. Verdadeiramente uma cama de cama.

Com esse assunto quase transbordando na minha cabeça, resolvi dividir minhas idéias com uma amiga que seria capaz de se aprofundar no assunto comigo, minha fiel e querida Di.

Ao contar do programa ela foi logo dizendo:

- Mais uma se aproveitando da onda...

Ou seja, ela também já estava farta de ouvir sobre essa moda. Após longas horas debatendo sobre o assunto chegamos há vários pontos e questões interessantes.

A primeira na minha opinião é de que o swing não é a primeira prática que foi jogada na roda, sexo anal há alguns anos atrás esteve em alta e todas as moças tiveram que engolir essa idéia a seco, aliás ERA a moda.

Bem antes de eu nascer, alguém inventou o tal 69... que na minha opinião deveria ter sido extinto no ano de 1969, já que não há nada mais desesperado e guloso! Não indico para gente que tem compulsão, é dar corda de mais!

Alguns anos mais recentes o lesbianismo também foi bastante badalado, e várias meninas começaram a trocar selinhos em baladas, e logo depois, ainda numa moda Homo, os gays pipocaram em tudo que era lugar. Nas séries de TV, nos jornais, no cinema, nas ruas. (entendam, não estou dizendo que tais práticas e orientações não existissem, pelo contrário, sempre estiverem presentes, mas por algum motivo jogaram um canhão de luz sobre elas e berram: È MODA...!

E agora é a pratica do Swing... O que ao meu ver é negativo não seria a pratica, ou ela estar em moda, e sim o que vem ocorrendo.

Estão colocando tudo como muito comum, corriqueiro, o que não é verdade! Normal, ate vai lá, mas comum, NÃO! Não é e não deveria ser comum dividir sexo de amor, e além do mais acrescentar mais uma cabeça ao time. Até porque fomos criados de uma maneira que é contra isso, e indo muito além e o mais significativo para mim, é que nem todos querem ou gostariam de fazer isso!

Discutir sobre o assunto é uma delicia, acabar com o preconceito, os tabus, idem! Estamos em um lindo momento onde podemos falar de sexo livremente sem nos sentirmos “pecadores”, podemos assumir nossos gostosos, nossos prazeres, e isso só tem a acrescentar. Tenho certeza disso!

Mas se cada um tem seu preferencial, seu gosto, por que estamos banalizando tanto o sexo?

Aliás não é porque meia dúzia faz e acha bom que todos devam fazer, isso não pode ser uma coisa positiva. E se você reparar é tão difícil em outras áreas encontrar pessoas que gostam das mesmas coisas, por que no sexo deveríamos ser máquinas de topa tudo por prazer?

E debatendo sobre isso com a Di, ela disse:

- Agora, me veio isso na cabeça... nos fizeram tão consumistas, que estamos comprando tudo o que é moda sem raciocinar...

E infelizmente eu, um consumista, tive que concordar. Não é porque é moda ficar com trinta na balada e voltar pra casa sozinho que eu tenho que me jogar na pista e colocar minha boca nesse sef-service. Antes me pergunto, isso me completa? Isso realmente vai me dar prazer? Vai valer a pena? Se a resposta for positiva, pode ter certeza que já estarei lá, se não for, não faz sentido ceder a esse modismo.

Acho que todos deveríamos fazer isso, aliás, não compramos uma roupa de uma cor que não gostamos, não podemos comprar uma calça três números menores, e se compramos nunca irá nos cair bem.

Então eu chego a uma conclusão, nem tudo que está na vitrine nos cai bem, temos que nos conhecer, nos colocar em primeiro plano. Moda é ótimo, facilita as coisas, nos completa.

Mas não é moda fazer algo que nos agride ou que não nos completa, é simplesmente burrice e falta de personalidade.

Ser você mesmo, e respeitar isso... pra mim é moda! Uma tendência que deveria correr estações!