Terra infértil

Terra infértil

Essa terra infértil, onde o amor antigo insiste em se instalar; esse tórrido veneno, que arrasta a tormenta caudalosa de mil lembranças, reticências do temeroso vendaval.

Treme o corpo, clama por mais um momento amoroso, uma tarde que se espreguiça e boceja, insone e descuidada.

Vem me ver de perto, vem permear minhas lentas lembranças, descongela as marcas da paixão de primavera.

O lobo uiva, em sinal de alerta. As gralhas se afastam.

Meus desejos cabem entre teus dedos, um a um.

Mudam de cor meus sentimentos.Embaralham-se as lembranças mais febris da tua imagem.

Ledos enganos, doces venturas, tenras imagens amadurecem o fruto proibido.

Ninguém na última curva. Alguns vestígios de saudade, esquecidos, quais gravetos da fogueira extinta , que já acalentou outros invernais rumores, de cadenciadas vibrações de dois corpos ensandecidos.

A estrada termina nessa última memória da chuva fina e terna.

Teu sorriso, o teu encanto, o meu castigo... por te amar tanto!

Gardênia SP 17/11/07

Gardênia
Enviado por Gardênia em 17/11/2007
Reeditado em 12/03/2021
Código do texto: T740488
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