Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

 

Amizade no trânsito

 

O trânsito, inclusive nas pequenas cidades, tornou-se um caos daqueles. Nem precisa de provas. É fato. É público e notório.

 

É falta de paciência para com os companheiros viários; buzinações sem necessidade, numa desnecessária poluição sonora; avanço do sinal vermelho; engarrafamentos constantes; tumultos entre pedestres; etc, etc, etc...

 

Mas, por outro lado, podemos fazer do trânsito urbano, e também de um modo geral, um bom lugar para uma convivência fraterna. Acredito que oportunidades não faltam.

 

Nas ocasiões de engarrafamentos, um ensejo para conhecer novas pessoas e, em consequência, a formação de novas amizades. E, quem sabe, a recuperação de elos perdidos, a exemplo de um amigo das antigas, que a vida se encarregou de colocá-lo novamente em nosso trajeto.

 

Quantos namoros, e amores, já surgiram e continuam surgindo em decorrência das relações interpessoais no trânsito?

 

Sei de casos (não só de telenovelas, mas da vida real) que, de uma colisão ou um atropelamento, nasceram enlaces matrimonias duradouros, quiçá para a eternidade.

 

Logo, o trânsito tem seus tumultos; mas, também, suas calmarias. Infelizmente, no mais das vezes, valorizam-se os tumultos.

 

Incrível sintonia humana, no trânsito da vida, onde sempre há espaço para uma boa prosa, o fluir da poesia e a oportunidade da amizade.