Diário 22/12/2021

Hoje acordei cedo. Tive uma noite boa de sono. Final de jornada de trabalho, cansaço acumulado o corpo paira sobre a cama de forma harmoniosa. Agora pelo menos não durmo pensando em diário de classe, em avaliações externas, em desempenho de alunos (as), apostilas, enfim...

Aquele turbilhão de pensamentos indo e vindo, o resfriado incomoda mas não paralisa. Fui correr três dias consecutivos com meu amigocão. Gosto de estar aqui no meu cantinho. Posso ver daqui o horizonte lá no fundo mesclando entre o azul anil e um pouquinho do alaranjado típico das tardes que pegava o ônibus para o trabalho olhando da vidraça. Os tempos são outros...

Aqui não tem murro sobre a mesa, mas tem poeira na estrada, aqui não tem gritaria, mas tem barro que desliza. Não precisa ficar dentro de um container com um ventilador girando para todos os lados enquanto no container do lado tem ar refrigerado. É claro somos parceiros! Nesta época eu andava depressa pela extensa L1 o Sol escaldante de janeiro. As vezes descia sozinho ou acompanhado com o Douglas um baita de um vigilante ou como dizia meu amigo Paulo Puls: - Um guarda-roupa de uniforme. Bufando junto comigo andando depressa, depressa... quando escurecia eu subia na minha magrela azul a minha primeira moto CG125 HONDA tanque oval, cor azul, a primeira marcha era para cima e as outras três era para baixo. Vinha pela estrada velha quase sempre cortando trecho atravessando Lorena as vezes ao passar pela Matriz escutava as badaladas do relógio marcando 23:00 horas. Ainda tinha um bom trecho até chegar em casa. Peixe, peixe, peixe... interpelava o Ricardo a farda toda molhada o suor escorrendo pelo rosto e por todo o corpo. Motorista chegando no guichê, o pátio lotado, as notas fiscais passando de mão em mão. Os telefones tocando de ambos os lados. Enquanto atendia o ramal 1599 já tocava o 1299. Acronal, Styronal, era época do DEVELOPER. Quem era um vigilante J10? Era para poucos, ninguém aguentava aquela loucura. Movimento para todos os lados, uma balança somente, verificar lacre nesta época não utilizava cinto de segurança o caminhão ficava encima da balança. Capacete, luva em mãos e lá vamos nós. Subindo degrau por degrau segurando na base nas laterais da escada. Chovendo ou fazendo Sol vai J10. Movimento frenético de madrugada batendo nas portas dos caminhões acordando os motoristas para carregar/descarregar caminhões. O barulho do motor ressoando por todo o pátio o semblante cansado dos heróis das estradas quando ao datar as notas não via pela vidraça os olhos pregando de sono e a cabeça levando uns solavancos com o Morfeu chegando. Foi muitas vezes assim... o Morfeu o inimigo do guardão" como dizia o meu amigo 05". Pedalando, pedalando, fazendo rondas, registrando ponto. No H.T ouvia: - 01 QAP?

LUVI
Enviado por LUVI em 22/12/2021
Código do texto: T7413101
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.