Camila. - (parte 4)

A última gota de chuva escorreu da ponta de seu cabelo.

O ar gélido e fresco madrugava em seu peito.

Penetrava sem zelo nos pulmões, sem qualquer respeito. Invadindo-a por dentro ... Mas era bom, feito a liberdade, era o cheiro de uma saudade que ela desbrava nos confins de uma memória torpe, embalsamada há muito, na época em que eras nada.

O Sol se mostrava, prestes a destruir a madrugada sem nenhum remorso, sem muitos esforços, enforcando as nuvens com lampejos bejes e cinzas, circulando o céu... Tomando a liberdade dos veus dançantes em nuvens, como as noivas...

Camila estava cansada, mas era o cansaço físico... O dia lhe dizia que a noite foi-se embora. Aurora, era o nome da sua mais nova amiga e ela lhe trazia profunda sonolência e o desejo de reviver sonhos, o lugar onde fica a perdição da consciência, onde todos os culpados e todos os reus repousam suas ideias, pois ela, não mais culpada, não mais julgada sentia que era o momento de dormir... Sendo assim, ser assim, só dormir, mas sem ideias, apenas pra se perder em sono verdadeiro, pois a vida de uma rebelde acontece sob a luz do luar. A vida de uma Margarida se renova na Aurora.

Camila, cai no sono agora.