A responsabilidade masculina em dissipar o machismo

Luiz era um rapaz de coração muito bom e conhecido por todos por sua alegria. Era um rapaz bonito por dentro e por fora e isso atraia as mulheres das variadas faixas etárias.

Muito embora fosse uma boa pessoa, tinha muito machismo dentro dele, principalmente por ser essa uma herança cultural.

Luiz gostava muito de conversar com Jonny, pois esse era um cara legal. Seu amigo da época da escola, que nasceu em família espírita e era um estudioso dessa doutrina. Além de já ter uma boa bagagem espiritual que fazia ele ver a vida por um prisma mais humano.

E sempre que eles conversam e Luiz fazia algum comentário machista, Jonny respondia mais ou menos nestes tempos: "as mulheres têm os mesmos desejos que nós. Assim como os mesmos direitos. E precisamos entender que o caráter de uma pessoa não é medido pelo número de relações sexuais dela, seja homem ou mulher."

Esse tipo de conversa era recorrente e Jonny falava com muito respeito, mas sentia obrigação de dar sua contribuição sobre esse tema.

E qual não foi a alegria de Jonny quando ouviu seu amigo de infância repassando essa mensagem para outro amigo, num barzinho, que reclamava de uma moça que ele conheceu e pela qual tinha ficado muito interessado. Mas que, segundo os amigos em comum, era muito para frente neste quesito.

- Não, cara, não entra nessa - dizia Luiz, com entusiasmo - As mulheres têm os mesmos desejos que nós. E os mesmos direitos. Você vai perder um relacionamento com uma pessoa que você afirma ser super interessante, por machismo? Isso é ultrapassado.

Jonny sorriu e continuo a tomar sua cerveja, com a alegria de que a responsabilidade de mudar o mundo é de cada um de nós.

Pela lei de ação e reação, sempre que lesarmos alguém ou uma coletividade, teremos aí uma responsabilidade de reparação. E nesse sentido nenhum de nós está isento de promover a reparação.

Mas acima de tudo temos que pensar que a quem mais é dado, mais será cobrado. Ou seja, independente de expiação, os homens tem o poder de mudar as coisas em relação ao machismo. De influenciar outros homens para que enxerguem os malefícios desse nas relações sociais, do mal físico e psicológico que as mulheres sofrem por esse tipo de comportamento. E a bestialidade de quando agimos com esse tipo de violência.

É óbvio que o assunto sob a ótica espírita não se esgota com essa pequena reflexão. Existem inúmeros outros pontos que poderiam ser abordados. Mas o intuito aqui é reforçar a responsabilidade de fazer o bem no limite das forças, como nos elucida a questão 642 do Livro dos Espíritos.