AINDA PENSAMOS? - CRUZEIROS MARÍTIMOS - CAPITÓLIO - RODOVIAS

Cruzeiros marítimos inexplicáveis, acidente trágico em Capitólio/MG, estradas sujeitas a formação de crateras e deslizamentos de terra em razão das fortes chuvas, mas lotadas de turistas mesmo assim. Será que perdemos o bom senso e a nossa capacidade de raciocinar?

A única maneira que consigo entender tanta gente embarcando nesses cruzeiros inexplicavelmente liberados por nossas “autoridades” tem nomes: “dinheiro, lucro fácil e hipocrisia”. Além, é claro, da falta de pensar dos senhores passageiros. Os anos de 2020 e 2021 foram marcados por inúmeras restrições, o que resultou em perda de renda para muita gente. Tanta rigidez para quê? Além de não ter resolvido praticamente nada ainda trouxe o agravante de suicídios por depressão e outros problemas emocionais. E agora libera geral? Dá para entender? E o tal “passaporte da vacina”, serve para quê? A contaminação ocorrida nos navios mostra a inutilidade dessa exigência aliada à irresponsabilidade e falta de fiscalização de quem deveria fazer isso.

A tragédia de Capitólio/MG é outro exemplo. Com as chuvas incessantes no estado de Minas e outras regiões do país, não era o momento de embarcar numa pequena lancha, num dia chuvoso, e enveredar pelos cânions da represa de Furnas. Já fiz esse passeio e as imagens e a imponência dos cânions impressiona; é mesmo muito bonito. Mas fiz em uma época de tempo firme, com muito sol e a natureza sossegada em seu canto (abril/2018). Agora não, as chuvas caem a todo instante e com uma intensidade assustadora, o que formou as cabeças d’água nas cachoeiras de Capitólio e que pode ter contribuído para desestabilizar a rocha e ocasionar a tragédia. Consta que foi dado um alerta pela Defesa Civil sobre a previsão de fortes chuvas na região de Capitólio e para que se tivesse atenção redobrada com as cachoeiras devido a possíveis formações de cabeças d’água, algo que parece não ter sido levado em consideração. Assisti a um vídeo que mostra uma cena inacreditável: a cabeça d’água assustadora e uma das lanchas (não a que foi atingida) seguindo em direção à cachoeira, possivelmente para os turistas fazerem suas fotos e suas selfies. Assim como esse, os vídeos mostram outros atos impensados cometidos. Deu no que deu, infelizmente. A precaução e o bom senso foram ignorados. O resultado: dez mortos, vários feridos, traumas emocionais para o resto da vida e possivelmente mais uma tragédia sem punição dos culpados. Sem contar que Capitólio e sua maior atração turística nunca mais serão as mesmas.

As rodovias são outro problema, principalmente as federais (BR 040 – Rio X BH e BR 381 – SP x BH são recordistas). Quedas de barreiras, asfalto cedendo e pontes desabando, mas os turistas insistem em desafiar o perigo. Na rodovia Cunha a Paraty – interditada – havia uma enorme fila de carros, com chuva e tudo. Vai entender!

Difícil encontrar palavras para terminar este texto. Vou dizer apenas o seguinte: vamos nos esforçar para ter o bom senso de avaliar o que realmente vale a pena, sem correr riscos desnecessários. Lembrando o que disse Vinícius: “A vida é uma só, e que ninguém venha me dizer que tem duas, sem provar muito bem provado, com certidão passada em cartório do céu e assinado embaixo, Deus. E com firma reconhecida”.

Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 10/01/2022
Código do texto: T7425839
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