de Janeiro de 2022. Pela janela do meu quarto entra um solzinho fraco, e fico por um tempo olhando atraves da persiana os galhos secos das árvores em frente à minha janela. Lá fora um silêncio total. Talvez muitos tivessem passado em festas, ou mesmo acordados para brindar a chegada do novo ano e em frente da TV esperaram o ball drop no Times Square em NYork, fazendo a contagem regressiva.

 

Escuto a voz de uma menininha perto do lago: "Vai ter fogos hoje de novo, mãe?"


Fomos dormir antes da meia noite e entre minhas cobertas quentinhas fiz minha prece e uma retrospectiva desse ano. Percebi que não viajei, não voltei para minhas aulas de dança, não encontrei com nenhuma amiga, não socializei. Minha vestimenta do ano foi leggings, meus antigos tops, tenis ou skechers. No verão, dei algumas escapadinhas para a piscina, tomei um solzinho solitário, visitei minha cabelereira uma vez para nao virar a Rapunzel. 

 

Estranhamente, percebi que não fiquei tão triste por toda essa mudança, mas me senti colocada em um mundo diferente:  fiz de minha casa meu santuário; aprendi novas receitas, cuidei mais de minhas plantas, entretive conversas gostosas com o Roque na sala, curtindo um solzinho. Embarquei em caixas de fotografias, limpei gavetas, cultivei  sonhos. Com isso tudo, nasceu dentro de mim uma Mary desconhecida, sem excesso de vaidade, mais segura de si mesma. Só posso dizer que, de um certo modo, aprendi um novo lado da vida. Era para ser diferente?

 

Tema: Era para ser diferente

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 11/01/2022
Código do texto: T7427088
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