Tudo têm sido efêmero

Pergunta sórdida: já olhou para o relógio e percebeu que o que está sendo ganho também é uma perda, e vice-versa? Independentemente da resposta, o mais importante não é a conclusão desse questionamento, mas sim, o caminho que leva até ela.

"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida

e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades

para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz".

Assim Clarice Lispector retrata a vida em sua obra "Sonhe". É perceptível, através da visão da autora, que a vida, compreendida como bem maior, é infinitamente frágil a ponto de devermos zelar pelos instantes vividos.

No entanto, o ser humano cada vez mais tem planejado, demasiadamente, deixar a engrenagem do globo em funcionamento constante, enquanto a vida real escorre entre os dedos, ao passo que os ponteiros do relógio que nunca parará movimentam-se de forma incessante.

As possibilidades são tão vastas quanto o tempo que desaparece sem ser percebido, o que remete a uma percepção nítida de que o efêmero e o descartável podem ser transformados para que o relógio marque ímpetos, não meros movimentos de ponteiros.

Portanto, seguindo o conselho da autora, não há nada de errado em viver humanamente, como somos. Mas, se há algo que pode ser feito para modificar sua estrutura positivamente, isso é o ato de vislumbrar possibilidades e delas construir a futura realidade!