CANÁRIO CABEÇA DE FOGO

Era um pássaro muito bonito e valente.

Apareceu ali debaixo daquela velha figueira bem cedinho naquela manhã e já tinha maos de dez gaiolas na intenção de pegar o valente, que fazendo jus ao nome que lhe dei, atacava e punha pra correr os machos , os pupilos dos moleques da época como o Toco, o Davi, o Totonho, o Dida e o Aroldo, que eram dois irmaos. Todos no afan de conseguirem aquele troféu.

Ah, eu também estava lá, com um canário cheba, como se dizia na época de um pássaro que não cantava e nao dra bom de briga. Mas eu cá com meus botões, cismei de pegar o bichinho.

Sabem o que eu fiz ?

Eu amarrei o meu cheba pelo pé na minha gaiola com uma fina embira de bananeira e o meu canarinho começou a chiar.

Pronto, o selvagem entrou como um raio na minha gaiola. Estava ali o meu troféu e eu fui muito comprimentado por minha astucia.

Mas a alegria durou poucos minutos :

No Caminho de casa morava minha irma mais velha e eu fui beber água levando enrolado na camisa o alçapão com o Cabeca de fogo. Orgulhoso mostrei o a minha mana e contei-lhe a história.

Ela pegou o pássaro nas mãos e se pos a admirá lo ate que.

Zas, num rápido voo, lá se foi o meu cabeca de fogo.

ANESIO SILVA
Enviado por ANESIO SILVA em 01/02/2022
Código do texto: T7442544
Classificação de conteúdo: seguro