Meu país, Copacabana

Os meus amigos mais próximos sabem que eu nasci em Botafogo, morei em Botafogo e não teria como também não ser Botafogo. Todavia, emigrei para o bairro ao lado, Copacabana. Aliás, bairro é muito pouco para esse lugar tão diversificado. Copa vai muito além de ser o mais famoso bairro do Rio. Tudo acontece em Copacabana! Tudo mesmo!!!

Tem gente que prefere Ipanema, que é mais chique ou, então, o Leblon, ainda mais elitizado. Outros falam que a Barra da Tijuca é que é melhor. Gosto é gosto, mas esses outros bairros (sim, são bairros e nada mais) parecem que não possuem vida própria. Todos eles necessitam de algo que os impulsionem. Copacabana tem o seu próprio motor, que seja até de vapor, isso não importa. E essa força propulsora dá vida a esse lugar mágico, onde milhares de pessoas diariamente se esbarram nas ruas, seja a caminho da praia, seja rumo ao trabalho, seja apenas para bater perna. E não há lugar no mundo onde se bata perna com tanta energia como em Copacabana. Ah, isso é uma das coisas mais incríveis que acontecem por aqui.

À noite, Copacabana continua única. Para os que a visitam pela primeira vez, pode parecer que se trata de outro lugar. No entanto, para nós, copacabanenses de coração, essa luxúria é outra faceta desse local. As lantejoulas nas esquinas refletem os faróis dos carros, enquanto senhoras passeiam com seus cães. Logo ali nas areias da praia, grupos diversos se divertem jogando bola ou, então, tomam mais um chope ao som de um cavaquinho ou de uma batucada. Copacabana é bastante sonora! E que me desculpem os outros lugares, mas Copa é Copa! Todos os caminhos, no Rio, levam a Copacabana!

Os artistas da noite, depois de uma longa jornada de expediente, mostram múltiplos talentos sobre os palcos dos bares, das boates, das ruas. E as pessoas daqui, cada uma no seu ritmo, embalam e são embaladas pelos movimentos das ondas do mar, de onde é emanado aquele cheiro maravilhoso da maresia. Ah, como eu adoro esse aroma!!! Todas essas coisas se entrelaçam nesse mosaico de cores tão incomuns. Isso tudo me faz lembrar das palavras do meu avô: "Copacabana é o pior bairro do Rio. Mas é o melhor também!"

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