Dia de aniversário

São interessantes os pensamentos que nos vem quando se aproxima a data de nosso aniversário.

Lembramos de nossa infância hoje o máximo que consigo lembrar é quando tinha 06 ou 07 anos de idade.

Minha infância no CTA (Centro Técnico Aeroespacial) aqui em São José dos Campos adorava jogar bolinha de gude, fazer cabanas nos eucaliptos, pedalar por trilhas tortuosas nas quais geralmente levava tombos.

Os treinamentos de ginástica com sargentos da aeronáutica e os cursos noturnos de eletricidade, aeromodelismo, gráfica e outros como escoteiro do ar, cursos esses que me ajudaram muito pela vida.

Depois também vem a mente as meninas coleguinhas e escola e amiguinhas de minhas irmãs, as primeiras paixões guardadas apenas dentro de meus sentimentos e nunca reveladas.

Lembro-me de uma menina que adorei na época, coisa engraçada tão novinho como pode?

Para mim ela era a coisa mais linda do mundo, mas acho que não só pra mim para toda a turminha e isso me incomodava.

Era burrinha, burrinha imagine lembro que ao invés de escrever “tarefa” escrevia “farofa” risos.

Mas a idade foi passando lembro-me que no ano em que completei 10 anos, meu pai ia me dar um Mec Brás (um jogo de metal com motores e apetrechos para se montar carros, guindastes, etc) mas não tinha mais no estoque e acabou me dando uma espingarda de chumbinho.

Nessa época adorava passear com um cão de raça colie que tinha e ir até um local distante onde morava uma colega do ginásio pelo menos para mim na época a mais linda delas.

Lembro-me dos aniversários da época de adolescente, uma turma imensa muita cuba libre e os Beatles na vitrola.

Depois já nos anos de casado, era bom acordar com meus filhos fazendo bagunça sobre a cama, trazendo um monte de mensagens escritas e desenhadas e um gostoso café da manhã.

Depois de separado estando longe de minha cidade passei o primeiro aniversário sozinho (sem os filhos) confesso que mesmo estando entre amigos e tendo algumas moças bonitas ao meu lado foi difícil ficar feliz.

No ano seguinte já de volta a minha cidade, tive o carinho da minha namorada que tentou fazer o que meus filhos faziam mandando-me uma cesta de café da manhã e preparando uma festinha à noite apenas comigo e uma de minhas irmãs.

Mas a nossa vida parece que fica a cada dia mais acelerada e cheguei a marca dos 50 anos, para comemorar fiz uma festa em uma discoteca com amigos da academia e meus irmãos e filhos.

Hoje estou já com 54 anos e não estou triste, tive o carinho de meus filhos mesmo os que estão distantes, também de pessoas queridas que moram algumas a milhares de kilometros daqui, com telefonemas, mensagens de celular, de net. Outras que puderam me encontrar e comigo participar deste dia mesmo estando a trabalho.

Mas nessa noite, tive tempo para refletir, quem é ou não importante para mim e também para quem sou ou não importante, porque não houve festa, houve uma pizza que fiz apenas para mim e um pavê com biscoitos champanhe no conhac e mousse de chololate e cerejas.

Agradeço a Deus cada gesto de carinho recebido e espero que possa retribuir em dobro.

São José dos Campos – 29/04/2005